A IBM deu mais um passo para pôr a inteligência artificial ao serviço da medicina. A empresa norte-americana anunciou, na passada semana, a compra da Merge Healthcare Inc. por 700 milhões de dólares.
Segundo o The Wall Street Journal, a Merge é uma empresa que vende sistemas que ajudam os médicos a armazenar e a aceder a recursos, tais como raios-X, tomografias computadorizadas e ressonâncias magnéticas. A base de dados tem já 30 mil milhões de imagens e a IBM quer usá-la para aperfeiçoar o “Watson”, o seu sistema de computação cognitiva.
O “Watson” — tal como explicamos em março, nesta reportagem em vídeo — é um programa direcionado às grandes empresas e que explora os benefícios da big data, isto é, da recolha e processamento de grandes quantidade de dados. Na altura, ao Observador, António Pires dos Santos, diretor de desenvolvimento de negócio da IBM Portugal, indicou que o “Watson” é uma forma “muito natural de fazer perguntas e obter respostas”, principalmente direcionada às grandes empresas. A tecnologia já é aplicada nos hospitais e, no caso específico da medicina, o sistema ajuda no diagnóstico de cancro, doenças cardiovasculares, entre outras. A IBM espera agora que os serviços prestados pela Merge ajudem os médicos a diagnosticar e a tratar os pacientes de forma mais eficaz e eficiente.
A identificação de doenças a partir dos milhões de imagens médicas existentes na base de dados da Merge assentará, de acordo com o The Wall Street Journal, numa tecnologia semelhante à já usada pela Google e pelo Flickr na identificação de elementos presentes em fotografias. Assim, “a mesma tecnologia que reconhece gatos [em fotografias] pode identificar tumores ou outros sinais de doença”, escreve o jornal norte-americano.
Mas sendo um sistema cognitivo, espera-se ainda que o “Watson” vá melhorando os resultados que apresenta à medida que é usado pelos profissionais. Esta aprendizagem proativa — diretamente relacionada com a inteligência artificial do programa — permitirá que a tecnologia identifique padrões e melhore a capacidade de interpretação de imagens. Ainda mais quando duas outras aquisições recentes da IBM — a Phytel Inc. e a Explorys Inc. — renderam à empresa 50 milhões de registos médicos eletrónicos. Desta forma, a IBM dá mais um passo em direção à era tecnológica dos cuidados médicos assistidos por computadores artificialmente inteligentes.
Fonte: Observador.
Descubra mais sobre Artrite Reumatoide
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.