Tudo começou no final de fevereiro deste ano de 2017, após uma colecistectomia (remoção da vesícula biliar) por laparoscopia, onde em recuperação em casa, sentia muitas dores nos quadris, tendo que por várias vezes comer em pé por não conseguir sentar. Pensava que era o nervo ciático e procurei um ortopedista que constatou uma artrose na L5-S1, recomendou fisioterapia e se a dor não passasse faria uma infusão no local. Como meu plano de saúde cobre fisioterapia desde que se consulte um fisiatra, consultei a fisiatra da clínica de fisioterapia, e comecei a fisioterapia que faço desde então. A fisiatra depois de umas 30 sessões ficou desconfiada, pois minhas dores não passavam e me pediu uma série de exames reumatológicos cujo resultado todos deram negativos (FAN e HLA-B27) e nesse meio tempo as dores continuavam.
Várias noites durante na semana acordava as 3 ou 4 da manhã com dor nos quadris e nada de passar. Primeiro pensei que era câncer, mas não aparecia nada na ressonância magnética ou no raio x, depois pensei que era coisa de minha cabeça, mas quem acorda por causa da dor não tem dor de causas psicológicas. Foi então que inspirado por Deus procurei um reumatologista que, depois de uma série de ligações consegui encontrar um que me aceitasse como paciente com consulta para dali a um mês. Neste meio tempo, junto com a fisioterapia, fiz acupuntura e massagem, mas bastava retirar as agulhas e a dor voltava. E assim, já com a reumatologista, após uma bateria de exames de imagem, que deram negativos, e mais exames de sangue que deram algumas alterações, e exames físicos chegou-se à conclusão que eu estava na fase inicial da espondilite.
Iniciei o tratamento com anti-inflamatórios, por um mês tomei cetoprofeno, depois passei para uma dose de 100 mg de indometacina, que não adiantou muito, e então passei para uma dose de 150 mg de indometacina, onde me desregulou o sistema digestivo e, mesmo assim, a cada 10 ou 15 dias me dava uma crise de dores que durava uns 3 dias onde eu ou ficava com bastante dor, ou tomava codeína. Assim, por ter essas crises que mostrava que eu não estava respondendo direito ao anti-inflamatório, a reumatologista me encaminhou para o tratamento por medicamento biológico, confesso que não esperava por isso e fiquei um pouco abalado, mas comecei no mesmo dia os preparativos, vacinas, raio-x do tórax e prova da tuberculina. Mais um abalo, meu teste de tuberculina deu 14 mm, ou seja, tinha tuberculose incubada.
Mais uma correria para encontrar um centro de saúde que fosse referência em tuberculose, e iniciar o tratamento com isoniazida por 6 meses. Nesse meio tempo deveria continuar com a indometacina até completar 45 dias de isoniazida quando tomaria a 1ª dose de Enbrel. E assim, fui levando, agora a doença também está me atacando o túnel do carpo nas duas mãos, em maior intensidade na mão direita. Bem, no último dia das crianças tive uma crise hipertensiva e após uma ida à emergência, a reumatologista e ao cardiologista estou sem o anti-inflamatório. Desde então sem anti-inflamatório, e incluído um diurético para controle da pressão, as dores aumentaram, mas apesar de tudo tenho confiança que em breve, com o medicamento biológico, e com a ajuda de Deus, estarei bem.
Muita coisa aprendi até então, aprendi a viver um dia de cada vez, que não devo me irritar e muito menos ficar nervoso, aprendi a ter mais paciência, e que tem coisas que não posso fazer, aprendi grande parte dos meus limites e também a nunca subestimar a dor de alguém. Mas tenho mais o que aprender, e uma das coisas é, não dar bola quando alguém sugere um medicamento, um tratamento alternativo, ou quando diz que é dor nas costas, ou pior: É doença de velho. Isso ainda tenho que aprender.
Meu nome é Rafael A.C. Laranja, tenho 43 anos, sou professor universitário na área de Engenharia Mecânica e tenho espondilite não radiográfica.
“Dor Compartilhada é Dor Diminuída“, conte a sua história e entenda que ao escrever praticamos uma autoterapia e sua história pode ajudar alguém a viver melhor com a doença!
www.artritereumatoide.blog.br/
Doe a sua história!
Descubra mais sobre Artrite Reumatoide
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.