Impactos da artrite na qualidade de vida
Pesquisa mundial com a 9.800 pessoas, incluindo brasileiros, revela angústias e anseios de pacientes com AR
Interferência nos relacionamentos, no trabalho, nas atividades e aspirações. A artrite reumatoide (AR), doença autoimune, conhecida pelo seu forte impacto físico, pode ir além das dores e afetar a qualidade de vida dos portadores extensivamente. É o que aponta pesquisa mundial online com a participação de mais de 9.800 pessoas, incluindo pacientes maiores de 18 anos e profissionais da saúde.
“Ser impedido de concluir uma tarefa simples, como lavar louça, causa impactos emocionais que, em muitos casos, não são compartilhados com os médicos. Essa retenção dos medos dificulta a busca pelo melhor tratamento. É importante que o paciente conte suas angústias e anseios e que os médicos incentivem o diálogo”, afirma a endocrinologista e clínica geral Dra. Livia Firmino, Gerente Médica de Imunologia da Eli Lilly, empresa idealizadora da pesquisa e do projeto “A Artrite Reumatoide Importa”.
Segundo a sondagem, 60% dos pacientes acreditam que as pessoas não entendem os impactos reais, principalmente em quesitos emocionais. Ainda de acordo com a pesquisa, os relacionamentos mais impactados pela artrite reumatoide são entre cônjuges ou parceiros: 64% alegaram que enfrentam problemas na intimidade.
Enfermidade crônica
As mulheres são as mais afetadas pela AR no mundo, cerca de duas a três vezes em relação aos homens. A doença é caracterizada como inflamatória, sistêmica e crônica, com incidência progressiva no decorrer da idade e seu maior pico é entre os 30 e 50 anos. Sem tratamento, 20 a 30% dos acometidos pela enfermidade podem ficar permanentemente incapazes de realizar atividades após três anos do diagnóstico. Estima-se que a condição atinja cerca de 2 milhões de pessoas apenas no Brasil.
Conforme os dados levantados, quando o assunto é trabalho, 34% dos brasileiros portadores de artrite com menos de 60 anos tiveram uma redução no progresso de suas carreiras, enquanto 26% foram obrigados a deixar o trabalho. Além disso, pacientes entre 40 e 59 anos são mais propensos a recorrer à aposentadoria.
O sentimento de impotência acompanha o paciente com AR. Em relação aos exercícios e trabalhos domésticos, dois em cada três pacientes com artrite reumatoide consideram as tarefas difíceis de serem concluídas e 56% dos pacientes sentem-se frustrados, ansiosos ou insatisfeitos quando não conseguem realizar ou completar atividades por causa da doença. As percepções dos profissionais da saúde sobre a dificuldade destas são semelhantes.
Quando perguntados sobre como gostariam de se sentir, mais da metade dos pacientes apresentaram aspirações modestas, apontando o desejo de permanecer ativo em suas atividades e que as pessoas em suas vidas entendam melhor os impactos físicos e emocionais causados pela artrite reumatoide.
Indivíduos dessa mesma faixa etária ou mais jovens revelam que se sentem menos compreendidos pelos outros em relação à convivência com AR, inclusive em seus relacionamentos.
Experiências
O levantamento foi realizado por meio de questionário online preenchido a partir das experiências de pacientes diagnosticados com artrite reumatoide e reumatologistas ou profissionais da saúde que prescrevem os medicamentos associados à doença.
A segunda maior pesquisa sobre Artrite Rematoide já realizada no mundo contou, na primeira etapa, com mais de 6 mil participantes da Europa e do Canadá. Posteriormente, disseminada em mais sete países, incluindo o Brasil, a segunda fase captou mais de 3.600 entrevistas.
Somente no Brasil, 1916 pacientes e 385 profissionais de saúde participaram do estudo, cujos dados foram oficialmente divulgados durante o XXV Congresso Brasileiro de Reumatologia, realizado de 5 a 8 deste mês no Rio de Janeiro.
Fonte: Diário do Nordeste
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