Idosos e crianças são mais vulneráveis à dengue, zika e chikungunya, todas transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Com isso, a preocupação com estas duas parcelas da população deve ser redobrada, defendem especialistas. A causa se deve ao sistema imunológico que protege o organismo contra doenças, mais frágil nesses grupos.
Os sintomas das três doenças, como febre alta, dor de cabeça, dores nas articulações e manchas pelo corpo, são agravados, o que pode ser fatal para muitos idosos. É o que explica o cardiologista e clínico-geral Fábio Akio Nishijuka:
– A febre alta pode levar à desidratação e à insuficiência renal. E esses fatores, em um sistema fisiológico já enfraquecido, podem ser fatais – explica.
Nas crianças, o risco também é grande. Segundo José Henrique Pilotto, médico e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), os pequenos podem ter convulsão e hemorragia.
– Os idosos têm que ficar em estado de alerta. Desidratação, hemorragia, choque de pressão arterial e pneumonia, agravados pela transmissão do vírus pelo Aedes, têm grandes possibilidades de ocorrerem e levam à morte – constata Pilotto.
Como a maioria dos idosos já possui doenças pré-existentes, como cardiopatias, diabetes, hipertensão e artroses, é importante procurar um médico já nos primeiros sintomas.
As doenças cardiovasculares necessitam de medicamentos que deixam o sangue mais fino. E a dengue, zika e chikungunya podem agravar o quadro de sangramento. Para os pacientes com artrose, a chikungunya agrava os sintomas de dores nas articulações. A zika ainda tem ligação com a Síndrome de Guillain-Barré, uma doença neurológica grave, e causa microcefalia nos bebês ainda no período da gestação.
A demora no diagnóstico aumenta os riscos em idosos e crianças. Os sintomas, como a febre alta, podem se agravar.
– Pessoas com febre alta, por exemplo, que tomam pouco líquido, podem ter desidratação. As três doenças se confundem muito. É preciso um exame físico muito bem feito – ensina Pilotto.
A prevenção das três doenças é a mesma: evitar a picada do mosquito Aedes aegypti contaminado com os vírus. Ajudam muito a mantê-lo longe o uso de roupas escuras e compridas (roupas finas não impedem a picada) e a aplicação de repelentes continuamente (lembrando que somente bebês acima de 6 meses de vida podem usá-los e apenas os que tiverem a substância IR 3535). Outras medidas importantes são, sempre que possível, fechar as janelas, principalmente no início da manhã e no fim da tarde, período de maior atuação do mosquito, ou usar telas de proteção nelas, e se proteger na cama com mosquiteiros.
Mantenha o Aedes afastado com a limpeza de criadouros próximos da sua casa. O inseto usa a água parada para se reproduzir, sobretudo no verão, estação que concentra a maior quantidade de chuva e de umidade. Saiba como se prevenir.
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