Uma das doenças mais frequentes no ser humano, a artrose atinge 20% das pessoas com 45 anos de idade e quase 100% nos que já completaram 80 anos. Para o paciente com artrose no joelho, o último recurso para a recuperação é a artroplastia, cirurgia que substitui o joelho danificado por uma prótese. Para debater sobre o tema com médicos da Região, o Hospital Ipiranga e o Instituto Mogiano de Ortopedia e Traumatologia (Imot) promovem na segunda-feira o I Encontro Científico Brasil-França de Cirurgia no Joelho, que contará com a participação de um dos principais especialistas na área, o médico Philippe Neyret, chefe de ortopedia da Universidade de Lyon, na França, e presidente da Sociedade Internacional de Antroscopia, Cirurgia do Joelho e Medicina Esportiva Ortopédica (Isakos).
O especialista vai participar de duas cirurgias realizadas pelo médico mogiano Marcos Nali, ortopedista chefe do Grupo de Joelho do Imot – uma artroplastia do joelho e uma cirurgia de reconstrução de ligamento. A meta do Encontro Científico é colocar Mogi das Cruzes como referência na área de cirurgias do joelho. “A ideia é repetir o evento a cada dois anos, sempre com cronograma de convidados estrangeiros para essa troca de experiência”, afirma Nali.
Conforme explica o médico, a substituição do joelho é necessária nos casos em que a articulação já não funciona mais, por causa de dor ou de alguma deformidade, por exemplo. Isso pode acometer pacientes com doenças reumáticas, mas os casos mais comuns se dão pelo envelhecimento.
Segundo explica o ortopedista, a artrose atinge 80% das pessoas com 70 anos de idade. Aos 775 anos, o índice sobre para 85%, chegando a 100% aos 80 anos. “O Brasil tem cerca de 15 milhões de pessoas com artrose – obviamente que não apenas no joelho -, mas isso já mostra a importância de se reduzir os números dessa doença”, completa.
A artrose é uma doença de caráter evolutivo e é desencadeada por diversos fatores que nem sempre podem ser controlados, como a idade, por exemplo. De forma geral, a artrose é mais frequente e mais agressiva na mulher. Além disso, a obesidade, o traumatismo, fatores hereditários, a prática de esportes de impacto, doenças infecciosas, reumatismo e determinadas atividades profissionais constituem os principais fatores de risco.
A cirurgia, explica o médico, é indicada para aquele paciente que já não consegue mais se movimentar com o joelho doente. Depois do procedimento, a pessoa pode voltar a ter uma rotina normal, mas sem abusos, como a prática de esportes de impacto.
Essa prótese tem prazo de validade de aproximadamente 15 anos. Após esse período, ela precisa ser substituída por outra – e o procedimento também será debatido no evento realizado em Mogi das Cruzes.
Somente a equipe comandada pelo ortopedista na Cidade realiza cerca de 70 cirurgias do tipo todos os anos. Nali afirma que este procedimento deve se tornar mais comum no Brasil, que ainda realiza poucas operações, quando comparado aos Estados Unidos, por exemplo. “Nós temos idosos mais ativos hoje e eles querem fazer uma atividade esportiva”, relata. Além das dificuldades na locomoção, a artrose no joelho também pode gerar problemas psicológicos, já que a pessoa com a doença acaba evitando sair de casa ou fazer qualquer tipo de atividade externa.
Obesidade
A obesidade é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de problemas no joelho, conforme explica o médico Marcos Nali, ortopedista chefe do Grupo de Joelho do Instituto Mogiano de Ortopedia (Imot). O controle do peso corporal e a realização de atividades físicas moderadas são as principais formas de manter a articulação saudável.
“A atividade física é importante, desde que seja compatível com a idade da pessoa. As atividades de impacto sempre levam à piora do quadro clínico”, complementa o especialista.
Para quem já está com artrose, há diversos tipos de tratamentos que podem evitar a necessidade de cirurgia, considerada apenas como último recurso. Além do controle de peso e da atividade física, também ajudam a diminuir a evolução da inflamação, atividades como hidroginástica, acupuntura, uso de palmilhas especiais, de órteses e bengalas. Casos esses métodos não deem resultado, o paciente ainda pode fazer uso de medicações para o controle da doença.
Fonte: O diário de Mogi
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