Nos casos em que a doença está controlada, as chances de uma gestação de sucesso são altas
Uma pesquisa promissora feita no Hospital para Cirurgias Especiais, em Nova York, com financiamento do Instituto Nacional de Saúde (NIH, sigla em inglês), pode oferecer esperança para mulheres portadoras de lúpus que desejam engravidar. Segundo os dados apresentados no Encontro Anual do Colégio Americano de Reumatologia, a maior parte das mulheres que tem a doença controlada, estável, pode ter uma gravidez de sucesso.
“Existia um equívoco, baseado em experiências desatualizadas, de que mulheres com lúpus não deveriam engravidar”, diz Jane Salmon, autora sênior do estudo, em comunicado do Hospital para Cirurgias Especiais. Segundo ela, como os tratamentos atuais estão mais efetivos e há uma melhor compreensão da doença, já é possível identificar casos em que uma gravidez é segura.
Historicamente, mulheres portadoras de lúpus eritematoso sistêmico (LES ou lúpus) vinham sendo aconselhadas a não engravidar para não colocar a si mesmas e ao bebê em risco. O lúpus é uma doença inflamatória crônica, na qual o sistema imunológico de uma pessoa ataca tecidos de seu próprio corpo, podendo causar, assim, complicações durante a gestação.
Gravidez – Na pesquisa, foram avaliadas 333 mulheres grávidas que eram portadoras de lúpus. Todas faziam parte de um programa para identificar biomarcadores que predizem resultados ruins para a gravidez. A equipe de pesquisadores descobriu que 80% das pacientes com lúpus tiveram uma boa gestação.
Pacientes com lúpus podem ficar livres dos sintomas por longos períodos de tempo e, então, viver uma explosão da doença: sintomas como erupção cutânea, dores nas articulações e no peito, pernas inchadas, hematomas e fadiga aparecem em um arroubo.
“A maioria das mulheres com lúpus estável, que é definido quando há uma atividade limitada da doença, têm uma gravidez de sucesso”, diz Salmon. De acordo com a especialista, evitar a gravidez durante os períodos de atividade aumentada da doença é essencial.
Pesquisa – No estudo, duas categorias de complicações na gravidez foram avaliadas: a saúde da mãe e a do feto. A equipe de pesquisadores estudou o desenvolvimento da atividade do lúpus leve, moderada e severa, ou de sintomas súbitos, em gestantes. Para o feto, o estudo examinou o pior resultado (morte) ou situações onde o bem estar da criança poderia requerer hospitalização na UTI.
Das 333 mulheres analisadas, 63 tiveram os piores resultados; 10% tiveram pré-eclâmpsia, uma complicação grave caracterizada pelo aparecimento de hipertensão e de proteína na urina; 10% tiveram sintomas súbitos da doença na 20ª semana e 8% na 32ª semana. Dezenove mulheres tiveram morte do feto e 30 deram à luz antes das 36 semanas ou a crianças em tamanho menor do que o considerado normal.
Fonte Revista Veja
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