Para algumas doenças, como a gota, as mulheres têm uma vantagem evolutiva sobre os homens. Os hormônios estrogênio e progesterona ajudam a eliminar uma quantidade maior de ácido úrico em comparação ao organismo masculino, reduzindo a hiperuricemia, excesso do ácido na circulação, principal sinal da doença. Com a menopausa, porém, o efeito protetivo some e a doença reumatológica passa a fazer parte da realidade feminina.
Ao contrário do que se imaginava, a doença não é exclusiva de pessoas que exageram na bebida alcóolica ou na alimentação, conforme explica o reumatologista espanhol Fernando Perez-Ruiz, do Biocruces Health Research Institute. Embora o álcool, quando metabolizado pelo fígado, se transforme em ácido úrico e mariscos e carne vermelha possam alterar os níveis, os fatores de risco mais importantes são envelhecimento, uso de medicamentos que elevam os níveis do ácido, como aspirina e diuréticos, e ter doenças associadas, especialmente nos rins.
“A doença não está renascendo e nem cresceu a prevalência, mas aumentou a consciência dos médicos e da população para a gota. Estamos envelhecendo e isso nos coloca em risco. Mesmo que o paciente se comporte como um monge e não coma ou beba em exagero, o impacto disso nos níveis de ácido úrico não passa de 15%”, afirma Perez-Ruiz.
Sinais
A concentração excessiva de ácido úrico na corrente sanguínea faz com que se precipitem cristais em determinados pontos nas articulações, formando os conhecidos tofos da doença. “A inflamação gera desgaste da cartilagem e lesão no osso. A pessoa que não reduz os níveis de ácido úrico tem crises repetitivas, com dores e desconfortos”, explica Geraldo da Rocha Castelar Pinheiro, coordenador da Comissão de Gota da Sociedade Brasileira de Reumatologia e professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Fonte: Gazeta do Povo
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