Portadora de fibromialgia há 18 anos, a presidente da Associação Paranaense dos Fibromiálgicos (Apafibro), Nilda do Carmo, chama a atenção para a necessidade de investimentos em estudo visando conhecer melhor a doença, como também tratamentos. Conforme a presidente, cerca de 10 mil umuaramenses devem ter sintomas da patologia, porém não são diagnosticados corretamente.
No intuito de levar alguns esclarecimentos para os leitores, o jornal Umuarama Ilustrado escutou o médico psiquiatra, Maurício Bianco, o qual participou de um encontro da Apafibro. Segundo Bianco, a fibromialgia é uma doença crônica, de causa desconhecida e se apresenta com dores difusas, ou seja, espalhadas pelo corpo. A doença também pode apresentar dores de cabeça, alterações do sono e sensação de fadiga e está presente em 10 mulheres para cada 1 homem.
Ainda segundo o psiquiatra, por não apresentar alterações específicas e não existirem testes objetivos, a doença tem difícil diagnostico. “O diagnóstico é feito por exclusão. Se os exames não acusarem nada aí podemos pensar em fibromialgia. Tem que ter uma dor difusa, além disso a fadiga, dificuldade para dormir e se concentrar. Normalmente a pessoa com fibromialgia é muito exigente, gosta das coisas certas e tem dificuldade em dizer não para os outros. Por isso, existe um lado psicológico que implica na fibromialgia”, explicou.
Especialistas acreditam que as dores ocorrem por estimulação nervosa repetida no cérebro. Com aumento anormal de algumas substâncias (neurotransmissores). Parece que o cérebro cria uma “memória” para a dor e se tornam mais sensíveis e podem ter uma resposta exagerada aos sinais da dor. “O estudo ressalta que as pessoas com fibromialgia tem uma diminuição de circulação de sangue em duas áreas do cérebro, esse seria um fator orgânico. O que se sabe é que a pessoa tem uma hipersensibilidade à dor em determinados pontos do corpo. São dores intensas fortes, causam muitas dificuldades em todos os setores da vida social”, disse Bianco.
O psiquiatra concluiu que além de lidar com a dor e a fadiga, ainda o portador da doença precisa lidar com a frustração de ter uma patologia mal compreendida, mal aceita, de diagnóstico difícil e tratamento pouco eficaz. “É importante promover a informação para sua família, amigos, colegas de trabalho e a sociedade. A participação em associações de pessoas que sofrem deste mesmo mal podem te ajudar a entender a doença e facilitar o tratamento”, alertou o entrevistado.
Na busca por respostas o paciente deve procurar um reumatologista ou um psiquiatra informou Bianco. “Os dois profissionais mais habilitados a falar são esses, pois a doença está na fronteira das duas especialidades. Uma coisa interessante a ressaltar é que quem o portador de fibromialgia que continua buscando uma vida normal, que segue no seu trabalho, busca momentos de lazer, faz exercícios e tem uma alimentação saudável tem prognóstico muito melhor se comparado com quem se aposenta e fica curtindo a dor”, enfatizou o médico.
Testemunho – “Sinto dor, muita dor 24 horas. Agora estou com dor na lombar, que desce para o quadril, mais tarde eu não sei para onde vai essa dor. Cada dia está em um lugar, não conseguimos ficar um dia sem dor. Tem muitas pessoas perdendo família, casamento, desistindo da vida por causa dessa doença, pois é dor, cansaço e fadiga. Os médicos ainda têm dificuldades em diagnosticar e tratar. Eu melhorei não com medicamentos, comecei a viver, larguei muita coisa, diminui meu estresse, melhorei minha alimentação, minha condição física, por fim melhorei minha qualidade de vida e isso ajudou muito”, desabafou Nilda do Carmo.
Participe da Apafibro
Associação Paranaense dos Fibromiálgicos (Apafibro) tem sede em Umuarama na avenida Rio de Janeiro na Clínica Internclínicas. Hoje são 300 pessoas participantes do grupo, que oferece serviços com profissionais de fisioterapia e psicologia. “Estamos buscando profissionais dos setores da saúde voluntários, pois os atendimentos são gratuitos. Também temos os serviços jurídicos com apoio de dois advogados. Mas o que orientamos é que as pessoas com dores fortes pelo corpo devem procurar as Unidades de Saúde do Município e agendar com os profissionais de nutrição, psicóloga e educação física. Procure as enfermeiras do Postos de Saúde”, orientou a presidente da Apafibro Nilda.
Principais sinais e sintomas:
Dor Difusa Nos dois lados do corpo e acima e abaixo da cintura,
Fadiga Despertar cansado mesmo tendo dormido por tempo adequado,
Alterações do sono Síndrome das pernas inquietas- apnéia do sono, Vários despertares;
Dificuldades cognitivas, Dificuldade em manter a concentração e o foco;
Alterações de memória Esquecimentos e dificuldades na orientação espacial;
Outros Depressão – Dores de cabeça- ansiedade –Dor na ATM – Transtornos no período menstrual.
Tratamento:
Medicamentos Analgésicos – alguns antidepressivos e alguns anticonvulsivantes;
Psicoterapia Para reforçar a auto confiança – Preferencia a terapia Comportamental.
Mudanças de hábito de vida Diminua o estresse – relaxe – tire tempo para você – diga alguns “não” .
Exercícios: Faça exercícios regulares – Alongamento – “Pilates” – Natação
Terapias alternativas Yoga, massoterapia e acupuntura.
Sono: Durma o suficiente – Deite e acorde sempre no mesmo horário – Evite cochilos de dia
Fique em Paz Faça as coisas com moderação – Não altere totalmente sua rotina – não pare totalmente sua atividade.
Dieta Tenha dieta saudável – Diminua cafeína – evite o cigarro- faça coisas agradáveis.
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