A nova novela das nove, “Um Lugar ao Sol”, que estreou nesta semana na TV Globo, aborda a história dos gêmeos Cristian e Renato, que foram separados no nascimento. Um dos motivos dessa separação, foi a adoção de Renato, por um casal em que o homem sofria de esterilidade. Para esclarecer mais sobre o tema, o especialista em reprodução humana, Nilo Frantz, da Nilo Frantz Medicina Reprodutiva, explica mais sobre o quais são as diferenças entre esterilidade e infertilidade, como a causa era há 20 anos atrás, causas e possíveis tratamentos.
O especialista revela que ao confundir infertilidade com esterilidade, fica cada vez mais difícil entender sobre o quadro, suas causas e se há formas de tratamento.
“Ambos tratam da incapacidade de gerar filhos, porém, algumas diferenças precisam de atenção quanto ao diagnóstico correto para que o médico direcione a melhor forma para que a família consiga realizar o tão esperado sonho de ter um filho”, ressalta Nilo Frantz.
Primeiro, o que é infertilidade?
O médico informa que um casal é considerado infértil, quando um dos parceiros ou os dois, possuem alguma alteração no seu sistema reprodutor, os incapacitando de gestar. Conceitualmente, a infertilidade é a ausência de gestação após um período de 12 meses tendo relações sexuais frequentes e sem métodos contraceptivos.
“A infertilidade pode ser primária, ou seja, em casais que nunca conseguiram gestar um filho. Ou secundária, isto é, em casais que já possuem um ou mais filhos e tem dificuldade para ter o próximo”, revela o especialista.
Para que a infertilidade seja constatada, é necessária uma investigação minuciosa por meio de exames, que de forma aprofundada e individual, podem apontar a real causa da infertilidade.
A infertilidade, dependendo do caso, não torna impossível que aconteça uma gravidez, mas é essencial que exista acompanhamento de um médico que seja especializado em reprodução e gestação humana, conforme explica o Dr. Nilo, “A infertilidade pode ser contornada em muitos casos. Entretanto, esse não é o mesmo caso da esterilidade”.
E agora, o que é esterilidade?
Conforme aponta o médico, a esterilidade é definida como a incapacidade absoluta de engravidar. Ou seja, as chances para que uma gravidez aconteça de forma natural se tornam inexistentes.
“A causa da esterilidade também pode se atribuir a ambos os sistemas reprodutores, tanto feminino, quanto masculino. A esterilidade pode acontecer, por exemplo, na mulher que nasce sem o útero ou precisa retirá-lo por problemas de saúde. Ou quando o homem apresenta falta de produção de espermatozoides ou produção deficitária e sem qualidade”, ressalta o especialista.
A diferença entre infertilidade e esterilidade
O médico ressalta que é possível entender que a infertilidade não retira totalmente as chances para que a gravidez ocorra de forma natural, ao contrário da esterilidade.
Hoje em dia, porém, esses termos são empregados praticamente como sinônimos. Isso acontece, porque antigamente o paciente que tinha o diagnóstico de esterilidade, atualmente, a partir da reprodução assistida e seus avanços, consegue gerar um filho.
“Dessa forma, ambos os quadros parecem tratar do mesmo cenário, mas isso não é verdade. São casos diferentes e que precisam de focos de atenção diferentes. Ainda condições de costumes e estilo de vida, como a presença de tabagismo e o excesso de peso, podem diminuir de forma drástica a capacidade de engravidar, gerando a infertilidade. Mas ambos são reversíveis”, explica Nilo Frantz.
Usando como exemplo os casos de infertilidade, o médico aponta como exemplo, mulheres que estão na menopausa e hoje em dia, por meio da ovodoação e da fertilização in vitro, conseguem gerar um filho.
Porém, quando falamos de esterilidade, por ser tratar de condições do organismo, malformações, doenças congênitas e outras causas, o processo para revertê-los não é possível de forma natural.
“Tratamentos mais específicos para a esterilidade, como útero de substituição, onde o processo de fecundação acontece em um útero de uma mulher anônima, ou da família, podem ser uma solução dependendo do caso”, diz o médico.
A doação de gametas, quando há doação de espermatozóide de um doador anônimo, também pode ser uma alternativa dependendo do casal ou do indivíduo constatado com esterilidade.
O diagnóstico
A infertilidade acomete cerca de 15% dos casais e cerca de metade deles precisarão de alguma técnica de reprodução assistida. O diagnóstico correto é fundamental para a individualização e sucesso do tratamento.
“Todos os pacientes que tiverem alguma dúvida ou se encaixarem em alguma dessas alterações, que não permitem que a mulher engravide naturalmente, devem procurar um médico especialista na área”, informa o médico.
Com os resultados, se saberá dizer se é um caso de infertilidade ou esterilidade. Diagnosticando e salientando a diferença, o próximo passo será vencer o medo de não conseguir engravidar e buscar pelos tratamentos de acordo com cada quadro.
Porém, o médico ressalta que é de extrema importância lembrar: o diagnóstico feito o mais rápido possível pode aumentar as chances de ter sucesso nos tratamentos para engravidar.
Alternativas para a infertilidade e a esterilidade
Como o especialista pontua, no caso de infertilidade, é possível recorrer a tratamentos que ajudem na recuperação dos gametas. Em casos onde há indução do coito programado ou da ovulação, há grande eficácia em seus resultados. E há ainda, a alternativa de recorrer ao procedimento cirúrgico ou de fertilização in vitro (FIV).
“A esterilidade, por sua vez, não possibilita que apenas a doação de gametas ou cessão temporária do útero de uma terceira pessoa, um doador anônimo, seja uma das alternativas mais viáveis de conseguir a tão sonhada gravidez”, diz o médico.
No caso de esterilidade de um dos parceiros ou dos dois, a fertilização passa a ser realizada com óvulos ou sêmen cedidos por doadores anônimos ou com a transferência de embriões, por meio de uma mulher, de preferência, da família.
A infertilidade e a esterilidade podem apresentar resultados muito parecidos quanto a incapacidade de gerar filhos, porém são casos completamente diferentes e devem ser observados de perto por médicos especialistas.
“Saber identificar o que é infertilidade e o que é esterilidade permite reconhecer o que fazer para conseguir reverter o quadro, quando possível. É importante entender que ter um emocional fortalecido e pronto para uma longa jornada de tratamentos, dependendo do caso, também é essencial para ter sucesso no processo”, finaliza Nilo Frantz.
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