Início dos sintomas é insidioso e a dor pode ser relatada como queimação, sensação de peso ou que migra por todo corpo
A fibromialgia é uma condição clínica crônica na qual existe dor musculoesquelética difusa associado à sono não reparador (a pessoa acorda cansada), fadiga (cansaço) e distúrbios cognitivos. Outros sintomas como distúrbios de memória, ansiedade, depressão e alterações intestinais podem estar presentes. Estima-se que no Brasil atinge até 2,5% da população geral, predominando no sexo feminino, com manifestação inicial principalmente entre os 35 e 44 anos.
Em Dourados, a reumatologista Mariana Picolli alerta para os sintomas. “O início dos sintomas é insidioso e a dor pode ser relatada como queimação, sensação de peso ou que migra por todo corpo. Geralmente há dificuldade em localizar a dor: alguns tem a impressão de que ela ocorre nos músculos, outros nas articulações ou ossos. Uma característica é a grande sensibilidade ao toque e à compressão da musculatura pelo examinador ou por outras pessoas.”, explicou a médica em entrevista ao Progresso.
Mariana explicou ainda que sintomas depressivos são altamente prevalentes sendo encontrados em 90% dos pacientes ao longo da vida. Apesar da associação, a fibromialgia não é considerada uma causa de depressão. A fadiga ocorre na maioria dos pacientes e é referida como física e psíquica. Ocorrem queixas concomitantes como astenia, mal-estar geral, redução da libido e sensação de fraqueza muscular. “Estima-se que declínios de função cognitiva, atenção, concentração, memória de curto prazo e processamento de informações sejam observados em 50% a 80% destes pacientes. Além disso, pode observar-se associação com cefaleia e irritabilidade”, afirmou a reumatologista.
Diagnóstico é baseado no julgamento clínico
A reumatologista Mariana explica que não há um marcador laboratorial ou exame de imagem característico para o diagnóstico, no entanto deve ser realizado uma investigação para afastar outras doenças que se manifestam com quadro semelhante.
De acordo com a nova diretriz de 2017 da Sociedade Brasileira de Reumatologia, alguns pontos dolorosos podem ser úteis no diagnóstico quando avaliados em conjunto com outros distúrbios funcionais contemplados nos critérios de 2010 do Colégio Americano de Reumatologia (ACR).
Os critérios ACR 2010 são úteis para o diagnóstico, pois usam questionários aplicados pelos médicos e autoaplicados pelos pacientes, aumentando o percentual de acertos.
A diversidade dos sintomas descaracteriza a fibromialgia como uma entidade única, permitindo variabilidade em sua apresentação. A identificação de subgrupos entre os pacientes fibromiálgicos, portanto, possibilita a investigação de abordagens e tratamentos individualizados para cada tipo de pessoa sendo essencial a prática de atividade física regular para sucesso do tratamento.
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