Se existe uma sensação que é democrática, é a dor. Isso mesmo, todas as pessoas, em algum momento da vida, já sentiram essa sensação. A dor chega e atinge a todos, sem restrição de idade, raça, sexo ou classe social, a diferença está na intensidade dessa dor.
Sentir dor é um processo natural, mas permanecer com ela não é normal. Quando ignorada, pode causar danos físicos e mentais, segundo alerta da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor. Engana-se quem pensa que a dor é exclusiva da terceira idade.
A professora Gabriela Rocha Lauretti, chefe da Clínica para o Tratamento de Dor Intervencionista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, explica que a dor é um problema de saúde pública.
Recente pesquisa, realizada em 2019 com jovens e adolescentes, mostra que eles são os mais atingidos pelas dores em regiões como ombros, pescoço e lombar. A dor se agravou nos jovens principalmente durante a pandemia de covid-19.
A pesquisa ainda mostra outros dados preocupantes, como o de que 20% desses jovens fazem uso de algum tipo de remédio para aliviar as dores. Além disso, 35% deles têm distúrbios do sono e precisam de remédios para dormir. A consequência desse quadro é que 23% dos adolescentes se tornam agressivos e mal-humorados.
Mais de 80% das brasileiras dizem sentir alguma dor com frequência. Entre os homens, o índice é de 18%. O levantamento mostra que a quarentena imposta para conter a covid-19 só piorou o quadro.
O tratamento para dor crônica pode ser feito com o uso de medicamentos, infiltrações ou injeções, fisioterapia e, nos casos mais graves, cirurgia. A cirurgia só é indicada como um último recurso.
Com o passar do anos e a idade, a dor pode chegar a grande parte da população, por isso é importante ser tratada como qualquer outra doença crônica. “A dor é uma doença, assim como o diabete, a hipertensão arterial, e ela deve ser tratada”, conclui Gabriela Lauretti.
Fonte: Jornal da USP
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