Dados da Sociedade Brasileira para Estudos da Dor informam que 38% da população de Campinas (SP) convive com a chamada dor crônica, aquela que afeta a pessoa por mais de três meses. O percentual equivale a 457 mil dos 1,2 milhão de habitantes. Coluna, articulações e cabeça estão entre os “campeões” de incômodo.
“Obviamente que quando você quebra um braço, você espera que aquilo vá doer umas duas semanas, mas se isso está doendo há três meses, algo errado está acontecendo”, explica Charles Amaral de Oliveira, médico intervencionista de dor.
Esse tipo de dor interfere diretamente na rotina das pessoas. “Eu era bem ativa, fazia artesanato, fazia mil coisas. Ligada no 320, e de repente, não podia nem sentar. Nada”, conta a aposentada Mirna Lia Gabriel. Segundo o fisioterapeuta Fábio Bezerra, a chamada dor crônica é uma “disfunção do sistema de dor em si”.
“Ele fica tão sensível. É como se fosse um alarme que eu coloco para incêndio, e ele deve funcionar se eu tiver um incêndio na clínica, mas às vezes ele vai ficando tão sensível, que uma vela pode disparar o alarme”, explica.
O que a grande maioria das pessoas que sofrem com o problema não sabe é que existe uma especialidade médica para isso. “As pessoas desconhecem ainda as clínicas de dor e que existe esse médico que dedica a sua vida a estudar a dor e sofrimento das pessoas”, diz Oliveira. De acordo com o fisioterapeuta, o tratamento, no entanto, deve ir além do foco da dor. “Com alimentação, atividade física, diminuição de estresse, todos os aspectos psicossociais, o corpo vai entender menos ameaças e vai controlar a dor.”
Fonte: Notícias de Campinas
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