Meu caso é bastante parecido com as histórias que li aqui. O que lembro do início da doença foi que estava na escola maternal, na fila da “merenda”, quando tomei um empurrão e imediatamente apareceu uma dor forte no pescoço que depois de alguns minutos enrijeceu. A noite desse dia foi um terror, tinha febre acompanhada de fortes dores, rigidez e inchaço no joelho, punho, cotovelo, ombro, pé, quadril e pescoço. E assim começou as visitas, às clínicas ortopédicas e aos hospitais de Salvador-BA. Tive vários diagnósticos errados, até que um reumatologista do Hospital Aliança, Drº Fernando, pediu alguns exames sanguíneos e fez o diagnóstico correto. Eu era a única paciente infantil com artrite reumatóide, o Drº Fernando acompanhou meu tratamento durante uns 3 á 4 anos á base de benzetacil, corticóides e imunossupressores, mas ele se mudou para o Rio de Janeiro e então fiquei á procura de outro profissional. Pulava de galho em galho. Meus pais e eu não demos tanto valor ao acompanhamento dos demais médicos. Sendo assim eu não dava continuidade com as medicações. Passava pequenos períodos tomando remédio, fazia fisioterapia e hidroterapia, mas depois passava longos períodos sem tomar remédios e sem fisioterapia. Por isso as articulações atrofiaram muito, ou seja tive uma adolescência e um início da fase adulta emocionalmente muito complicada.
Pela dificuldade de aceitação da minha condição física, as consequências desse descaso com o tratamento foram a artroplastia total do quadril direito e esquerdo aos 26 e 28 anos. Hoje aos 30 anos as dores estabilizaram mas convivo com as limitações e as atrofias articulares. Me Casei aos 26 e me separei aos 29 anos. Atualmente estou namorando. Enfim. Aprendi com o tempo, com as dores dia sim, dia não, com as angústias em tentar superar os medos e a aceitar e superar as limitações. Isso é viver. Os problemas vão aparecendo e eu vou driblando, não é fácil, mas é possível.
Me chamo Iracema Souza Silverio, tenho 30 anos, sou auxiliar administrativa, convivo com a artrite reumatoide juvenil há 25 anos, moro em Lauro de Freitas – BA.
“Dor Compartilhada é Dor Diminuída“, conte a sua históriae entenda que ao escrever praticamos uma autoterapia e sua história pode ajudar alguém a viver melhor com a doença!
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