Na adolescência comecei a sentir dores nas articulações das mãos, mas não levava a sério, só comecei a me preocupar quando percebi que um dos meus dedos estava levemente torto. Aos 19 anos fui diagnosticada com Artrite Reumatoide. A princípio não tinha muita noção da real gravidade da doença, só depois que comecei fazer pesquisas na internet e que compreendi, fiquei muito assustada com a possibilidade de ficar com o meu corpo “deformado”, “torto”, em uma cama ou cadeira de rodas, dependendo dos outros pra tudo, logo eu, uma pessoa tão ativa, alegre.
Era assim que eu pensava, comecei a me consultar com o reumatologista, mas não pude iniciar o tratamento pois estava grávida. Durante a gravidez, não sentia dores e cheguei a achar que não era nada tão sério. Logo após o parto, as dores nas articulações vieram com todo gás, nem conseguia pegar minha filha do berço, precisava sempre do auxilio de alguém para colocá-la no meu colo, pois não tinha forças nas mãos e punhos, meses depois dei início ao tratamento.
Sofri muito no início porque não conhecia muito bem a doença e as pessoas diziam que era “frescura”, “que era história para não trabalhar”, pois aparentemente eu não tinha nada, não dava pra perceber, mas eu sentia muitas dores e me sentia muito mal, quando faziam esses comentários. Me consultava em uma clínica particular com um médico que vinha de mês em mês na minha cidade, quando ele parou de vir, procurei a secretaria de saúde e depois de algum tempo consegui ser encaminhada para o tratamento no Hospital Santo Antônio – Obras Sociais Irmã Dulce, em Salvador, pois aqui na minha cidade não tem Reumatologista.
A cada três meses, viajo aproximadamente dez horas de ônibus, para fazer o tratamento em Salvador, isso há dez anos. Hoje posso dizer que estou bem, não estou “torta”, “atrofiada” como pensei, hoje em dia até faço piada com a doença. Não perdi minha alegria e nem minha vontade de viver, pelo contrário, agradeço a Deus por ter me dado a oportunidade de me tratar e conviver com o meu problema de saúde, muitas pessoas não têm a mesma chance.
Hoje trabalho, escrevo poesia, faço parte de um grupo de evangelização para crianças, de uma associação de artistas e o que mais aparecer rsrs, e só paro mesmo quando as dores são muito fortes, mas logo me levanto e toco a vida pra frente. Porque como dizia o Chico “devemos viver como quem um dia irá morrer e morrer como quem soube viver”.
Me chamo Marcia Nascimento, tenho 32 anos, convivo com a artrite reumatoide há 13 anos, sou professora, moro em Ibotirama – BA.
“Dor Compartilhada é Dor Diminuída“, conte a sua história e entenda que ao escrever praticamos uma autoterapia e sua história pode ajudar alguém a viver melhor com a doença!
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