O início foi duro. Meu joelho e o lado do quadril esquerdo paralisaram, não dormia, não andava, nem sequer me movia da cama. Fui encaminhada ao ortopedista que me redirecionou ao reumatologista e logo fui diagnosticada com artrite reumatoide que poderia estar associada ao lúpus. O médico me passou as medicações e afirmou que somente com 30 dias começaria a surtir efeito. Fui diagnosticada no domingo e na segunda-feira fui a uma entrevista de emprego, mesmo sentindo dores, fui contratada. Precisava muito do emprego para comprar as diversas medicações, porque no início consultava particular e o médico não tinha credenciamento com o SUS, então a maioria das medicações eram compradas. Desde então trabalho doente, há dias que estou menos inflamada, mas mãos e pés doem, outros dias ando mancando.
Tenho o apoio da minha família, mas muita gente não entende, principalmente no trabalho, falam: ah! uma moça tão nova, com tanta doença, até brincam. É triste! O primeiro médico ficava bem distante e só consultava aos domingos, resolvi mudar e encontrei um médico referência na área, especialista na área da pediatria reumatológica e professor. Consultei muito tempo com este médico, muito atencioso, tinha o cuidado de receitar omeprazol, sempre pedia exames de Beta HCG, se mostrava preocupado com a minha situação.
Infelizmente, este médico foi acometido de câncer no intestino e naturalmente parou de clinicar, fiquei muito triste pela situação e fui para outro, que se mostrou desatencioso, duvidava até das dores que eu sentia. Certa vez me perguntou: ” Me diga suas dores de 0 a 10″, respondi 8, e ele disse, “mas 8 é muita dor, você sente isso?” Tive que mais uma vez mudar de médico, foi quando encontrei um excelente médico enviado por Deus. Para minha surpresa era o aluno do professor e médico que foi acometido de câncer.
Segui adiante meu tratamento com muita inflamação nos ombros (bursite), nos pés (fasciite plantar) e dores no pescoço. Os corticoides me ocasionaram osteopenia e atingiram meu fígado, foi quando o médico suspendeu os corticoides e falou que o metotrexato também poderia estar me prejudicando. Utilizava varias medicações, complexo vitamínico, ácido fólico, metotrexato, vitamina D somente por um tempo, minoxidil para o meu cabelo que caiu demais, hidroxicloroquina e ciclobenzaprina.
As dores diminuíram a qualidade do meu sono , acordo muito cansada. Tive muitos quadros de infecções e diarreia crônica, neste período fui acometida por outras dores. Senti por três dias dores intensas na pelve e na lombar, fui ao pronto socorro, fizeram tomografia, e eu estava com apendicite e um cisto hemorrágico. Passei pela cirurgia em setembro de 2017, ainda estou me recuperando, sinto dores no local da incisão, mas o cirurgião disse que é tudo normal. Porém, com um detalhe fui encaminhada pelo cirurgião para o ginecologista, minha biópsia do apêndice deu endometriose, vou passar por um especialista na área para saber se preciso fazer novo procedimento cirúrgico ou apenas a medicação irá resolver, a minha consulta está marcada para dezembro.
Voltei ao consultório do reumatologista, que me passou ressonância da cervical, e resultado: artrite cervical, ou seja, a doença está se agravando, atingindo o pescoço e a ATM (articulações mandibulares), o médico sugeriu os biológicos, estou com muito receio pelos efeitos colaterais, relutei, e então ele se lembrou do tofacitinibe, disse que preciso dele para ontem para impedir a doença de atingir outros órgãos.
Diante do exposto você deve pensar: Que catástrofe! Porém, estou tranquila, sigo com minha fé que Deus está no controle de tudo, estou na palma das mãos de Deus, nada questiono, nem reclamo, sou agradecida pois ele tem cuidado de mim. Minha esperança é o Senhor! Por isso minha imagem da apresentação são flores, quando me perguntam eu digo vai tudo bem, pois meus anseios confio todos eles somente a Deus. Obrigada por lerem meu depoimento. Abraços!
Me chamo Sara Lima, tenho 25 anos, convivo com artrite reumatoide há 3 anos, sou secretária, moro em Brasília – DF.
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