Casinho clínico: mulher, 50 anos, artrite reumatoide (AR) há 1 ano, diagnóstico há 8 meses. Atualmente necessitando usar diariamente corticoide em doses pouco confortáveis (prednisona 10 mg/dia), além dos demais medicamentos “específicos” para a AR. Todas as vezes que tenta reduzir o corticoide, boom! A AR “volta” com tudo.
Reumatologista: “querido paciente, precisaremos usar um medicamento biológico”.
Paciente: “não, doutor, por favor, mil vezes não!!! Ouvi dizer que os biológicos aumentam muito o risco de infecção.”
Vamos aos fatos? Sim, comparados aos medicamentos “convencionais” para AR, como o metotrexato e a leflunomida, os medicamentos biológicos elevam razoavelmente o risco de infecção.
O que não lhe contaram é que não é em 1, 2 ou 10 estudos, mas em dezenas a centenas deles, sabe qual é o fator de risco mais associado ao aumento do risco de infecção? Os aparentemente bonzinhos e amigáveis corticoides.
Sabe aquele “amigo” que de dá o ombro para chorar, mas vem com um punhalzinho escondido? Pois é, esse é o corticoide.
Não estou aqui falando que os corticoides não são necessários, em grande parte das vezes, principalmente nas fases iniciais da doença. Afinal, seu efeito anti-inflamatório é potente e rápido, mas…
Os corticoides têm vários “mas”. Talvez, o “mas” mais oculto seria o risco elevado de infecções. Então, não podemos ficar confortáveis, achando que tudo está bem, quando estamos precisando do ombro deles para chorar.
E você? Como é/foi a sua experiência com os corticoides?
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