Eloísa alerta que pacientes imunossuprimidos também têm mais dificuldade de eliminar vírus do organismo, o que pode facilitar mutações e, consequentemente, o aparecimento de novas variantes. “Nessas pessoas que o sars-cov-2 tem a oportunidade de viver mais tempo, se multiplicar e criar outras cepas”, diz. “Cuidar desse grupo é beneficiar não só eles, mas a população como um todo.”
Próximos passos
Alguns voluntários (30% dos portadores de doenças reumáticas) não alcançaram uma proteção satisfatória contra o sars-cov-2. Esse número ficou em torno de 5% em pacientes saudáveis. De acordo com as pesquisadoras, isso acontece geralmente em pacientes idosos. “Sabemos também que o uso de alguns remédios prejudicam uma melhor resposta do organismo ao patógeno”, explica Ana Ribeiro.
Entre as drogas imunossupressoras, o metotrexato e o micofenolato de mofetila tiveram um impacto negativo sobre a imunogenicidade. Já o abatacepte e o rituximabe causaram mais danos naqueles tratados com produtos biológicos.
Eloísa contou ao Jornal da USP que essa pesquisa abriu várias frentes de trabalho. “Em uma delas, vamos estudar a especificidade de cada patologia pois, apesar de elas formarem um grande grupo, cada doença pode causar melhor ou pior resposta a vacinas.”
Em novembro deste ano, os pesquisadores pretendem realizar um novo mutirão para testar novamente a sorologia dos voluntários, além de fazer uma vigilância epidemiológica com o objetivo de investigar novos casos de covid-19 nessa população. “Se isso acontecer, podemos pensar em diferentes estratégias de tratamento, como um reforço rápido ou mesmo a aplicação de uma terceira dose da Coronavac”, conclui a médica.
Um artigo com mais detalhes da pesquisa foi publicado na revista Nature Medicine.
Texto atualizado em 17/08/21 às 11h30
Mais informações: e-mail [email protected], com Eloisa Bonfá
Fonte: Jornal USP.
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