As alterações hormonais podem diminuir a libido feminina, entre elas as disfunções tireoidianas, as disfunções das gônadas e doenças que cursam com o aumento dos hormônios prolactina. A depressão também pode diminuir o desejo sexual, já que as alterações psíquicas, assim como experiências prévias negativas relacionadas ao sexo, influenciam significativamente. Estresse, privação do sono, outras doenças sistêmicas quando descompensadas, interferem na libido.
“A libido é multifatorial. Doenças sistêmicas, como diabetes, colesterol e pressão alta, quando não compensadas e devidamente tratadas, podem atrapalhar a libido por diversos mecanismos fisiológicos”, explica a endocrinologista Dra. Lorena Lima Amato.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a sexualidade é considerada como um aspecto central da vida humana, a qual é vivenciada e expressa em pensamentos, fantasias, desejos, crenças, atitudes, valores, comportamentos, práticas, papéis e relações. A saúde sexual é diretamente afetada por diversos aspectos da saúde global como saúde psíquica, física e emocional.
Alguns medicamentos, muitos deles usados para tratar as doenças citadas também podem impactar no desejo sexual, entre eles estão os antidepressivos, anti-hipertensivos, hipolipemiantes e antialérgicos.
TDSH – O Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo (TDSH) é uma disfunção sexual caracterizada pela deficiência ou a ausência persistente ou recorrente de desejo ou fantasia sexual para a atividade sexual conduzindo a acentuado sofrimento e dificuldades interpessoais.
“A prevalência dos transtornos sexuais entre as mulheres é alta e, muito provavelmente, superior à prevalência das disfunções sexuais masculinas, atingindo grande parte das mulheres e com prevalência aumentando com a idade. Em geral, 30% a 40% das mulheres terão em algum momento queixa de diminuição do desejo sexual, já na pós menopausa essa prevalência pode chegar até 80%, em alguns estudos.
A especialista conta que, durante a menopausa, a mulher passa por diversas alterações hormonais que podem levar à diminuição do desejo sexual. Somado a isso, as alterações hormonais podem levar a alterações físicas vaginais, diminuindo lubrificação e levando a maior chance de desconforto durante o ato sexual, o que acaba sendo mais um fator para diminuição do desejo. Privação de sono, tão frequente nessa fase da vida devido aos fogachos, além de questões psíquicas envolvendo as mudanças associadas ao climatério também influenciam na alteração no padrão de desejo sexual feminino nessa fase da vida.
Diante dos sintomas da perda de libido, Dra. Lorena aconselha a procura de um médico de confiança, usualmente ginecologista ou endocrinologista, para conduzir uma investigação hormonal e demais causas possíveis que podem estar interferindo na libido.
“Inclusive, a diminuição da libido pode ser o primeiro sinal para o diagnóstico de outras doenças. Terapia estará indicada quando percebido que causas psíquicas também estão envolvidas na diminuição da libido. Lembrando que a diminuição da libido é, frequentemente, multifatorial. Dar atenção a esse tema e falarmos sobre isso é de extrema importância posto que a maioria das mulheres que vivenciam uma experiência sexual não prazerosa e diminuição da libido não se queixam aos seus médicos e, assim, passam anos sem viver plenamente sua sexualidade”, finaliza a endocrinologista.
Sobre a Dra. Lorena Lima Amato – A especialista é endocrinologista pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), com título da Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEM) e endocrinopediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria. É doutora pela USP e professora na Universidade Nove de Julho.
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