Diagnóstico precoce, no surgimento dos primeiros sintomas, evita sequelas mais graves
Dor, edema, calor e vermelhidão nas articulações. Fadiga e rigidez durante as manhãs nas mãos e nos punhos, que podem perdurar por horas, dificultando a realização de atividades corriqueiras. Se você vem sentindo alguns desses sintomas é hora de procurar um médico especializado em reumatologia. Um dos diagnósticos possíveis para o seu caso é a artrite reumatoide, uma doença inflamatória crônica que geralmente afeta as pequenas articulações das mãos e dos pés, causando dor, inchaço e rigidez.
Leandro Teixeira Gomes, médico especializado em Clínica Médica e Reumatologia, explica que a doença surge quando o sistema de combate a infecções do corpo, chamado sistema imunológico, “ataca” os tecidos saudáveis. A inflamação persistente das articulações, se não tratada de forma adequada, pode levar a um inchaço doloroso e à destruição das juntas, ocasionando deformidades e limitações. “Embora possa começar nos dedos das mãos e dos pés, a artrite reumatoide pode afetar qualquer uma das articulações – às vezes, as danifica para sempre. Além disso, ela pode causar problemas em outras partes do corpo como pulmões ou olhos”, explica.
O diagnóstico
De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a artrite reumatoide acomete cerca de 1% da população, geralmente entre 30 e 40 anos, mas qualquer pessoa pode desenvolvê-la, desde crianças até idosos. Fatores hormonais também estão relacionados com a doença e isso justifica o fato de as mulheres terem duas vezes mais probabilidade de serem diagnosticadas do que os homens. Pessoas com história de artrite reumatoide na família também têm maior risco.
Mas como posso saber se tenho artrite reumatoide? “Somente um médico pode responder a essa pergunta. Mas há algumas pistas para procurar. Por exemplo: a artrite reumatoide começa afetando as pequenas articulações dos dedos, tornozelos e pulsos. E, geralmente, afeta os lados esquerdo e direito ao mesmo tempo. Já outros tipos de artrite tendem a afetar articulações maiores, como joelhos ou quadris, e mais um lado do que o outro”, observa Leandro.
A piora do quadro clínico é progressiva, levando a alterações em todas as estruturas das articulações, como ossos, cartilagens, tendões, ligamentos e músculos que são os responsáveis pelo movimento articular. E, infelizmente, ainda não existe uma cura. Mas, se bem controlada, a artrite reumatoide pode entrar em remissão, reduzindo a dor e o inchaço das juntas. Por isso, o diagnóstico e o tratamento precoces podem prevenir possíveis sequelas.
Tipos de tratamento
Como se trata de uma doença autoimune inflamatória crônica, é importante que o paciente seja acompanhado de perto por um reumatologista. Após o diagnóstico adequado, que inclui exames específicos, ele possivelmente indicará medicamentos que regulam essa autoimunidade exagerada, diminuindo a inflamação e suas consequências para as juntas e outros órgãos.
“Para o tratamento correto existem dezenas de medicamentos, porém o caminho certo para cada paciente depende dos sintomas, das articulações afetadas, de entender se a doença mudou ao longo do tempo e dos resultados dos exames. Mas, de forma geral, o tratamento inclui anti-inflamatórios, corticoides, drogas modificadoras da doença, sintéticas e biológicas”, detalha Leandro. “Portanto, se o seu médico lhe disser que você tem artrite reumatoide, inicie o tratamento imediatamente. Não espere até que seus sintomas piorem. Ser tratado precocemente ajuda a evitar muitos danos que a doença pode causar ao seu corpo ao longo de tempo”, conclui o especialista.
raio X
QUAIS SÃO OS FATORES DE RISCO?
• Ser do sexo feminino – a doença afeta três vezes mais mulheres que homens
• Ter casos na família com a doença
• Ser fumante
• Ter sobrepeso
QUAIS OS SINTOMAS?
• Dor, edema, calor e vermelhidão nas articulações, especialmente mãos, punhos e pés
• Rigidez matinal
• Fadiga
• Caroços de tecido sob a pele dos braços (nódulos reumatoides)
• Deformidades dos dedos das mãos e incapacidade para realização das atividades
FONTE: Sociedade Brasileira de Reumatologia/ Revista Ipê.
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