A dor crônica tem várias características próprias e é determinada pela interação entre fatores físicos, psicológicos e sociais. O impacto destes fatores é importante e influencia no prognóstico de melhora. Por este motivo, a abordagem da dor crônica deve ser baseada em um modelo biopsicossocial que reconhece a interação desses fatores, auxilia sua compreensão, seu diagnóstico e direciona o tratamento.
As pesquisas mostram que os fatores biológicos e os psicológicos mudam o curso da dor (tanto para a melhora quanto para a piora) e que conforme a dor se torna crônica, os problemas psicossociais afetam cada vez mais a vida do paciente. Este modelo de abordagem global mostra que a dor crônica integra componentes físicos, como a própria dor, que pode produzir uma redução da mobilidade e da função; com componentes psicossociais, como alterações do sono e do apetite, ansiedade, depressão, absenteísmo no trabalho (faltas frequentes) e diminuição das atividades sociais.
Para entendermos o tratamento da dor crônica, precisamos conhecer um pouco mais sobre estes fatores:
Fatores biológicos/físicos
O principal fator biológico e físico é a própria dor. Esta dor pode induzir o paciente a descansar ou evitar a atividade física, que irá alterar sua força física, resistência, mobilidade e o aumento de peso. Conforme a dor persiste, haverá mudanças estruturais e funcionais do Sistema Nervoso Central na dor crônica com o aparecimento de sensibilização periférica e central, ou seja, o aumento da dor e em alguns casos, aumento das áreas de dor com o passar do tempo. Outros fatores biológicos e físicos que influenciam na dor é a idade, outras doenças ou deficiências associadas, sono, etc…
Fatores psicológicos
Os fatores psicológicos na dor crônica são depressão, medo do futuro, angústia, frustração e alteração da confiança. Na maioria das vezes, os pacientes apresentam baixa autoestima, ficam inativos e retraídos. As atitudes do paciente frente à dor e suas expectativas sobre sua capacidade de influenciar no curso da dor, têm um papel fundamental. O estado emocional e cognitivo positivo do paciente pode aumentar o limiar da dor, ou seja, ele sente menos dor. Em outras palavras, quando o paciente tem atitudes positivas e mais ativas, ganha maior controle e consegue diminuir a dor. Já alguns sentimentos negativos, como impotência ou inatividade e as avaliações negativas, como: “minha dor é ameaçadora ou incontrolável, a pior do mundo”, aumentam a sensação de dor.
Fatores sociais
Alguns fatores sociais como o isolamento social e a incapacidade funcional e no trabalho afetam as relações interpessoais, o status social e o status econômico do paciente. Por outro lado, os fatores socioculturais determinam como se maneja a dor.
TRATAMENTO DA DOR CRÔNICA
O modelo biopsicossocial é complexo e fundamental para o planejamento do tratamento da dor crônica, que deve ser personalizado conforme as necessidades do paciente. Assim, com esta abordagem global dos fatores que influenciam na dor, o tratamento é multiprofissional, ou seja, há necessidade de vários profissionais envolvidos, cada um com objetivos específicos de suas habilidades que integram os objetivos principais coordenados pelo médico fisiatra. A interação entre os profissionais é essencial para se obterem melhores resultados, pois a troca de informações sobre as evoluções do paciente podem modificar ou até acrescentar metas. Os profissionais de saúde envolvidos podem variar conforme as necessidades do paciente e o médico fisiatra é o responsável por determinar os profissionais e o planejamento terapêutico. Os objetivos do tratamento são determinados pelo médico em conjunto com o paciente e os terapeutas visando melhora da funcionalidade e qualidade de vida.
O desafio para o médico e o paciente é trabalhar em conjunto com outros profissionais de saúde para romper o ciclo biopsicossocial de dor e fortalecer os pacientes para que assumam e retomem o controle da dor.
Fonte: Instituto de neurologia
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