Em meio à crise que atinge a Saúde do Rio de Janeiro, não são só os hospitais que têm sofrido com a precariedade. Alguns pacientes que precisam de remédios especiais não estão conseguindo receber esses medicamentos. É o caso da dona de casa Tereza Almeida, que tem sofrido para retirar a medicação necessária ao tratamento da Doença de Crohn da filha, enfermidade crônica provocada pela desregulação do sistema imunológico.
Há cinco meses ela busca a Mesalazina em formato supositório, que custa R$ 600, se comprado por conta própria. O detalhe é que esse tipo de medicamento só foi pedido porque a situação da saúde da filha de Tereza havia se agravado. Só agora, após um mandado judicial, é que a Secretaria de Saúde informou ter o produto em estoque.
“Ela já tinha feito o uso do remédio em comprimido. Só que o estado de saúde se agravou e o supositório faz efeito mais rápido. Ela precisa do remédio diariamente.”
O advogado Mauro Victor Simas tem retocolite ulcerativa e também faz uso da Mesalazina. Ele também tem dificuldades de conseguir o remédio, que não está disponível todo mês na Rio Farme, farmácia do Governo do Estado que faz a entrega desses medicamentos.
“Tem mês que tem e tem mês que não tem. É um pouco precário. Precisamos esperar ou comprar. O estado é obrigado a fornecer o remédio, mas nem sempre cumpre com a obrigação.”
Diagnosticado com hepatite C, o corretor de imóveis Luiz Carlos Augusto também está sem os remédios. Ele deveria usar as medicações Sofosbuvir e o Daclatasvir. A recomendação era para que o tratamento começasse em dezembro, mas isso não aconteceu. Agora, ele teme que o vírus ganhe resistência.
“Quando você começa o tratamento, não pode interromper. Caso contrário, você fortifica o vírus e o quadro pode piorar.”
Quem também tem enfrentado dificuldades é o médico aposentado Welton Correa, que está há 45 dias sem fazer as injeções do remédio Myozyme, necessário ao tratamento da Doença de Pompe, uma enfermidade rara que acomete os músculos. Cada ampola custa cerca de R$ 1.200 e ele precisa de 56 delas por mês. Sem a medicação, ele já sente o regresso no tratamento.
“Há 45 dias não faço a infusão. Já começo a sentir muita diferença para caminhar, com fadiga muscular, dificuldade para a fisioterapia e alguns exercícios. A parte respiratória já começa a ser comprometira.”
O irmão de Welton também sofre da doença, que é genética. Ele enfrenta os mesmos problemas para a retirada do medicamento. Ambos têm mandado judicial obrigando o Estado a fornecer o remédio, mas nem isso é respeitado. Os dois buscam na Justiça o bloqueio do dinheiro para que a compra possa ser feita.
A Secretaria de Saúde informou que a paciente Raquel Almeida Amaro deve retirar o medicamento na Central de Atendimentos de Demandas Judiciais com o receituário médico original, mas que até o momento não há registro de comparecimento da paciente no local.
No caso dos irmãos Welton Correia Alves e Sergio Correa Alves, a Secretaria informou que já deu início ao processo de regularização dos pagamentos. Sobre Luis Carlos Augusto, a secretaria informou que o paciente não está cadastrado para recebimento do medicamento pela Central de Atendimentos de Demandas Judiciais e que não há registro do paciente para retirada do medicamento pela Rio Farmes.
Fonte: CBN
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Há três meses não consigo pegar o leflunomida na farmácia do Estado, que pego no município de Macaé….
Karla, estamos organizando para a próxima semana uma mobilização sobre o Leflunomida, observe o nosso blog e redes sociais.
Enquanto isso, solicitamos a todos que estão enfrentando falta de medicamento que faça a denuncia individual na Defensoria Pública da sua cidade.