As doenças autoimunes são aquelas que se originam no sistema imunológico, que começa a produzir anticorpos contra componentes do nosso próprio organismo. O corpo passa a confundir suas próprias proteínas com agentes invasores, passando a atacá-las.
“Não há uma causa específica, a gente acredita que haja uma predisposição genética, associada a vários fatores que funcionariam como gatilho para o desencadear dessas doenças ou mesmo para o agravamento delas, como por exemplo a exposição solar, o tabagismo, o estresse e as infecções”, explica Nafice Costa Araújo, presidente da Sociedade Paulista de Reumatologia (veja entrevista no vídeo acima).
As diversas doenças autoimunes afetam até 8% da população mundial. Elas não têm cura, mas podem ser tratadas e controladas evitando sequelas e reduzindo os riscos de complicações.
O assunto será amplamente discutido no episódio desta semana do CNN Sinais Vitais. O programa, apresentado pelo cardiologista Roberto Kalil, vai ao ar neste domingo (26), às 19h30, reforçando o conteúdo diversificado com a marca CNN Soft.
Artrite, lúpus e psoríase
A artrite reumatoide é uma das doenças que serão abordadas no programa. O agravo mais mais predominante na reumatologia atinge 1% da população brasileira. O lúpus eritematoso sistêmico possui uma prevalência entre 100 a 150 mil pessoas no país. Já a psoríase acomete em torno de 5% dos brasileiros.
“A artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica que afeta muitas articulações, incluindo as das mãos e dos pés”, explica Ricardo Xavier, presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia.
Em casos graves, a doença ataca os órgãos internos, afeta o revestimento das articulações e causa inchaços doloridos. Com o passar do tempo, a inflamação causada pela artrite reumatoide pode levar à erosão do osso e deformidade da articulação. Embora não exista cura, a fisioterapia e o uso de medicamentos podem ajudar a retardar a progressão da doença.
“Nos últimos 25 anos houve um avanço no conhecimento da doença, de como essas células imunológicas provocam essa inflamação sem nenhum sentido porque estão desreguladas e, com isso, começou a possibilidade de desenvolver medicamentos que bloqueiam esse processo inflamatório e diminuem a inflamação e controlam o desenvolvimento desse dano e dor que o paciente tem”, explica Xavier.
Segundo o especialista, ainda existem lacunas para a identificação de quais medicamentos são os ideais para cada paciente. “Essa é a próxima fronteira que temos para poder usar para um determinado paciente o melhor tratamento. Hoje é muita tentativa e erro, eu escolho um tratamento e vejo se ele responde, se melhora ou não, passo para uma segunda opção, uma terceira opção”, explica.
Já o lúpus é uma doença inflamatória crônica que pode afetar articulações, pele, rins, células sanguíneas, cérebro, coração e pulmões.
“Os sintomas variam, mas podem incluir fadiga, dores nas articulações, manchas na pele e febre”, diz Nafice. Embora não haja cura para o lúpus, os tratamentos atuais procuram melhorar a qualidade de vida pelo controle dos sintomas e pela diminuição das crises.
“Isso começa com modificações no estilo de vida, incluindo dieta e proteção contra o sol. Outras medidas de controle da doença incluem medicamentos, como anti-inflamatórios e esteroides”, explica.
A psoríase é uma doença na qual as células da pele se acumulam e formam escamas e manchas secas que causam coceira. As possíveis causas incluem infecções, estresse e exposição ao frio.
O sintoma mais comum é uma irritação na pele, mas também podem ocorrer erupções das unhas ou nas articulações. O tratamento visa remover as escamas e impedir que as células cresçam tão rapidamente. Pomadas, terapia de luz e medicamentos podem oferecer alívio aos pacientes.
“Ela não tem uma causa específica, é uma doença que a gente classifica como multifatorial, ou seja, diferentes fatores podem levar ao surgimento, como um fator genético”, explica Ricardo Romiti, coordenador do Ambulatório de Psoríase do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
Fonte: Assessoria de Imprensa/CNN
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