O Ministério da Saúde afirma que a artrose atinge, atualmente, 15 milhões de pessoas no País. No mundo, ela é a quarta enfermidade que mais reduz a qualidade de vida, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). E 25% dos acometidos apresentam algum grau de perda funcional. Bem, na verdade, esses são dados catalogados com pacientes sintomáticos, aqueles que procuram serviços de saúde quando as dores já apareceram. Estão fora das estatísticas aqueles indivíduos que apresentam graus leves da patologia encontrados em achados diagnósticos e que ainda podem prevenir sua progressão.
Devo comentar que nem todos os serviços de saúde são integrados, como seria de se esperar quando da criação do Cartão Nacional do SUS, com função de reunir de forma digital os dados mais relevantes de seus usuários. Isso é questão para maior aprofundamento.
Artrose é uma doença que ataca as articulações, provocando principalmente o desgaste da cartilagem que recobre as extremidades dos ossos, mas que também danifica outros componentes articulares como os ligamentos, a membrana e o líquido sinovial (todos ficam dentro de bolsas, as bursas). Também chamada osteoatrite degenerativa, é bem diferente da artrite em si, na qual a inflamação das articulações é associada a doenças que acometem outros órgãos, como as reumatopatias ou doenças autoimunes e metabólicas.
Vários fatores contribuem para o aparecimento e piora dos quadros. A alimentação incorreta é um deles. Segundo muitos estudiosos renomados, como o médico e pesquisador clínico da Escola de Medicina George Washington, em Washington, Neal Barnard, o leite de vaca é extremamente prejudicial para os ossos. Pesquisas científicas mostram que oferece maior risco de fraturas ósseas e mortalidade precoce para aqueles que ingerem em grande ou até mesmo baixa dosagem. Isto se deve a uma exposição crônica à D-galactose, causando estresse oxidativo, inflamação crônica, neurodegeneração, resposta imunológica diminuída, etc.
Em estudo publicado no jornal “JCI Insight”, da American Society for Clinical Investigation, a proliferação de bactérias nocivas causada pela alimentação gordurosa pode ser outro fator-chave para a artrose. A hipótese é de que bactérias nela presentes interferem no sistema imunológico e causam inflamação pelo corpo, incluindo as articulações. Nessa linha de pesquisa já estaria incluída a obesidade, pelo tipo dos alimentos ingeridos. No entanto, a obesidade é outro potencial desencadeante certo. O sobrepeso sobre as estruturas de sustentação do corpo, como joelhos, tornozelos, pés e coluna age diretamente no desgaste. Da mesma maneira, atividades físicas não aeróbicas (com peso excessivo) sem um devido acompanhamento por educador físico que conheça a fisiologia da musculatura próxima às articulações e das próprias pode trazer prejuízos.
É de extrema importância que as pessoas procurem orientação médica dirigida antes da progressão da patologia. Também o é para os pacientes que já têm um convívio selado com a mesma. Existem medicamentos que podem proteger cartilagem, os que prometem a inibição das deformidades, os que ajudam na absorção de cálcio, e até aqueles anti-inflamatórios muitas vezes combinados em enormes fórmulas que podem trazer efeitos colaterais sérios.
Cada tratamento deve ser individualizado levando-se em conta fatores externos e internos que influenciem a saúde. O paciente deve interagir com o profissional de medicina. Questionar, entender sua patologia e fatores de risco, além da função de cada remédio prescrito.
Mas, para que haja, realmente, uma melhora na qualidade de vida, deve retirar de cena os principais vilões e seguir as orientações do profissional médico que poderá, ainda, se valer do auxílio de outros profissionais de saúde para a complementação do tratamento.
Patrícia Piccino Braga é médica, com especialidade em clínica médica com ênfase em prevenção e em geriatria, ambientalista e fundadora da Ong Família Animal, de São José dos Campos.
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Fonte: Comércio do Jau
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