Artrose é a doença caracterizada pelo desgaste das cartilagens, tecido que permite o deslizamento suave das articulações. No joelho, articulação mais acometida, elas contribuem em muito com a absorção de impactos, junto aos meniscos. O próprio envelhecimento leva ao seu desgaste, porém alguns fatores estão relacionados à aceleração do quadro e sintomatologia. Como exemplo, podemos citar:
- História familiar;
- Lesão prévia de meniscos ou ligamentos;
- Obesidade;
- Infecção articular;
- Doenças autoimunes (artrites);
- Gota.
Sua principal manifestação clinica é a dor, que em geral é lenta e progressiva, porém pode surgir de forma aguda no caso de uma crise. Rigidez, edema e deformidade também podem estar presentes.
O principal exame diagnóstico é o raio-x. Ele deve ser feito de pé para que através da medição do espaço articular possamos graduar a doença.
Raramente precisaremos da ressonância magnética, melhor indicada para pesquisa de lesões associadas como as dos meniscos e ligamentos.
O tratamento da artrose mudou muito nos últimos anos. O que se acreditava ser uma doença de evolução arrastada, sem perspectiva de tratamento ou controle, teve alguns paradigmas quebrados. Sem dúvidas, o maior deles foi o que de pacientes com o seu diagnóstico estariam condenados ao sedentarismo, pois “gastariam ainda mais suas cartilagens”. Hoje sabemos que a palavra “movimento” deve fazer parte do dia a dia desses pacientes. Segundo a Academia Americana de Cirurgiões Ortopédicos, as três intervenções mais importantes são: atividades para fortalecimento, treino de equilíbrio e exercícios aeróbicos de baixo impacto. Apesar da alta prevalência da doença, de forma curiosa muitos pacientes com artrose dos joelhos, nunca manifestaram sintomas, pois já possuem em suas rotinas bons hábitos esportivos e alimentares.
As atividades aeróbicas de baixo impacto atuam estimulando a produção de líquido sinovial, que é responsável pela nutrição e lubrificação da cartilagem. Além disso, evitam a formação de pequenas traves fibrosas, responsáveis pela rigidez na doença. O treinamento de força permite uma melhor absorção dos impactos e o treinamento de equilíbrio permite um movimento mais harmônico, distribuindo a carga no joelho de forma mais homogênea.
De acordo com a progressão da doença, iremos necessitar de mais recursos, como analgésicos, anti-inflamatórios e fisioterapia. Nas crises de mais difícil controle podemos utilizar com cautela infiltrações de corticoide. Outro recurso mais recente é o Ácido Hialurônico, composto gelatinoso, produzido em laboratório, com propriedades muito semelhantes às do líquido sinovial. Sua infiltração permite um deslizamento mais suave entre as cartilagens, diminuindo o atrito e com isso parte dos sintomas. É importante ressaltar, que durante as crises não é necessário que as atividades sejam 100% interrompidas, porém deve-se respeitar o limite da dor de cada paciente.
Quanto à qual tipo de atividade praticar, não há uma regra, sendo mais importante a qualidade e experiência do educador físico e sua comunicação com o ortopedista que acompanha o caso. O paciente com artrose necessita de uma abordagem multidisciplinar, em que todas as partes se comuniquem. Optamos muitas vezes pelo pilates, yoga e musculação para o treinamento de força e equilíbrio, deixando o aeróbico por conta da hidroginástica, bicicleta e caminhadas.
Os tratamentos cirúrgicos ficam reservados para casos isolados, em que já se esgotaram as alternativas conservadoras. Nesses estágios, a dor e a rigidez já causam grande impacto na vida do paciente e em suas atividades cotidianas.
Pacientes com artrose, ou aqueles com fatores de risco, podem e devem praticar exercício, porém sempre com orientação e respeitando os limites do corpo!
Fonte: PebMed
Descubra mais sobre Artrite Reumatoide
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.