Para a OMS, 9,6% dos homens e 18% das mulheres com idade superior a 60 anos sofrem com o problema e 25% não podem executar atividades simples do dia a dia. Com o avanço da medicina, especialistas explicam o que mudou com os novos tratamentos disponíveis para a população.
Também chamada de osteoartrite, a artrose é uma doença que ataca as articulações, provocando principalmente o desgaste da cartilagem que recobre as extremidades dos ossos, mas que também danifica outros componentes articulares como os ligamentos, a membrana e o líquido sinovial – substância transparente e viscosa das cavidades articulares. A doença é responsável pela terceira maior causa de afastamento de trabalho no Brasil, atrás apenas das dores nas costas e da depressão, segundo dados da Previdência Social. Além disso, o Ministério da Saúde afirma que a artrose atinge, atualmente, 15 milhões de pessoas no país. No mundo, ela é a quarta enfermidade que mais reduz a qualidade de vida, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Diferentemente das outras formas de artrite, que é a inflamação das articulações, a artrose não afeta outros órgãos do corpo. O sintoma mais comum é a dor nas articulações afetadas, e que piora no final do dia. Inchaço, calor, rangidos e limitações dos movimentos também são sintomas comuns, como explica o coordenador de Ortopedia do Hospital Santa Lúcia, Dr. Leônidas Bomfim. “A intensidade dos sintomas da artrose varia muito de paciente para paciente. Alguns podem ficar debilitados por seus sintomas e outros apresentarem poucos sinais de que algo está errado”, conta o profissional.
A artrose do joelho, por exemplo, é frequentemente associada com obesidade, histórico de lesões repetidas ou cirurgia articular. Ela pode levar a desvios chamados popularmente de “pernas em alicate”, quando o desvio é para fora, ou joelhos em “X”, quando o desvio é para dentro.
Já na coluna vertebral, a artrose causa dor no pescoço, no dorso ou na região lombar. Os bicos de papagaio que se formam ao longo da espinha podem irritar os nervos espinhais, causando dor, dormência e formigamento nos membros superiores ou nos membros inferiores, dependendo da sua localização.
Dados da OMS revelam que 15% a 20% da população mundial é afetada pela artrose e cerca de 70% a 80% da população com mais de 65 anos possui a doença. O número de pacientes com o problema cresce ainda mais após os 75 anos de idade, acometendo 85% desta faixa etária.
Avanço na medicina – Pouco mais de 15 anos, os profissionais da ortopedia e traumatologia acompanharam uma revolução tecnológica na sua área. A partir de 1995, por exemplo, pesquisadores dos principais centros do mundo intensificaram estudos no setor e que logo chegou às unidades de saúde. Atualmente, o raio X não é mais o principal meio de diagnóstico. A tomografia e o exame de ressonância magnética mudaram radicalmente a maneira como as lesões e doenças – como a artrose – são avaliadas e, principalmente, tratadas.
“O que era aceitável em termos de diagnóstico há 15 anos, agora não é mais. Hoje distinguimos melhor as lesões através dos exames de imagem, com detalhes que no passado não eram percebidos”, afirma o médico ortopedista do Hospital Santa Lúcia, Dr. Julian Machado, que também é presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia do DF. “Sem sinais aparentes no raio X, muitas lesões não eram tratadas corretamente, o que poderia originar um problema no futuro, como a artrose. Veja o exemplo de um paciente que, hipoteticamente, tenha sofrido uma fratura em 1990, aos 20 anos de idade. Certamente, ele passou por raio x, imobilização e voltou a andar. Hoje, com 44 anos, ele pode estar enfrentando o resultado do trauma e da tecnologia da época”, reforça.
As próteses são mais um passo da revolução na medicina. Para cada articulação há uma infinidade de tratamentos a fim de resgatar a qualidade de vida dos pacientes. “Só para ombros, por exemplo, temos cinco tipos de próteses diferentes, que variam conforme a gravidade da lesão”, pondera o médico Leônidas.
SERVIÇO:
Endereço: SHLS Quadra 716 Conjunto C, Setor Hospitalar Sul – Brasília/DF
Telefone: (61) 3445-0000
Fonte: Jornal de Brasília
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