As doenças reumáticas são muito frequentes e podem ocorrer em qualquer idade, desde a infância até às idades mais avançadas. Existem muitas doenças reumáticas, e de causas diferentes. No geral, são doenças que afetam o sistema locomotor como os músculos, articulações e ossos. Há doenças mais associadas ao envelhecimento e outras chamadas sistêmicas (autoimunes), que afetam pessoas geralmente mais jovens e necessitam de um acompanhamento mais regular em Reumatologia.
Algumas destas doenças sistêmicas podem ter em circulação (no sangue) anticorpos que o nosso sistema de defesa produz e fazem uma agressão interna. São por isso doenças crônicas e podem ter uma evolução mais grave. De entre as doenças sistêmicas destacamos a Artrite Reumatoide (AR).
A AR é uma doença crônica reumática cuja causa é desconhecida e pode afetar mulheres e homens, sendo mais frequente nas mulheres. Pode surgir em qualquer idade mas é mais comum entre os 30 e os 60 anos de idade.
Na AR há inflamação das articulações – ficam inchadas, com mais líquido no seu interior e, por isso, com dor e com limitação nos movimentos. Esta inflamação atinge várias articulações ao mesmo tempo, sobretudo mãos, joelhos e pés.
A dor é tipicamente pior no repouso, acorda o doente durante a noite e, geralmente, melhora com os movimentos. Ao acordar parece ter as articulações “perras” com dificuldade no movimento e que dura, em geral, mais do que 30 minutos e pode prolongar-se por várias horas.
Além da dor e da diminuição da qualidade de vida, a AR pode levar a dano nas articulações, ou seja, as articulações ficam estragadas e com menos mobilidade. Este estrago é irreversível e queremos evitá-lo a todo custo.
Mas como saber se os sintomas que tem são ou não Artrite Reumatoide? Deve procurar um Reumatologista.
Os sinais de alerta da AR são: articulações de ambas as mãos com dor e dificuldade nos movimentos, sobretudo de manhã, durante mais de 30 minutos, com dor de noite e inchaço persistente das articulações e que não passa ao longo de várias semanas.
Na consulta de Reumatologia será avaliado, observadas as articulações para assim perceber que tipo de doença se trata. Pode ser orientado de forma rápida e eficiente, fazer alguns exames e iniciar medicação rapidamente.
Para ter AR tem que ter as articulações inchadas e têm que ser excluídos outros tipos de artrite. A AR não se diagnostica apenas por alterações em análises, pelo que a avaliação clínica é fundamental para um diagnóstico correto.
Os exames pedidos incluem geralmente análises sanguíneas para doseamento de marcadores de inflamação e de determinados anticorpos; radiografias ou ecografias das articulações que podem ser úteis tanto na fase de diagnóstico como de seguimento para procurar dano nas articulações.
É reconhecido o aumento do risco cardiovascular nos doentes com AR, relacionado com a inflamação sistêmica da própria atividade da doença. É por isso importante controlar os fatores de risco cardiovascular como a hipertensão arterial, a diabetes, o tabagismo, a dislipidemia (alterações perfil lipídico), a obesidade e o sedentarismo para minimizar o risco.
Diagnosticar cedo é extremamente importante, assim como tratar adequadamente. A doença não tem cura, mas tem tratamentos muito eficazes. O objetivo do tratamento é diminuir a dor e a inflamação, melhorar a função e prevenir a destruição das articulações.
Os medicamentos para AR são globalmente de 2 tipos: 1. para aliviar a dor e a inflamação: analgésicos, anti-inflamatórios e corticoides. 2. Para controlar a doença e possibilitar a remissão: imunossupressores.
Procure o seu Reumatologista e mantenha seguimento regular.
Humanizar está nas mãos de todos. Reumanizar, está apenas nas mãos dos reumatologistas. (Campanha da Sociedade Portuguesa de Reumatologia de sensibilização para a importância da relação de proximidade entre médico e doente)
Texto de Ana Cristina Cordeiro – Reumatologista na Clinica CUF Almada
Fonte: Distrito Online.
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