O problema é que após tanto tempo forçando essa região do corpo, ela desenvolveu uma artrose. “Tive um quadro agudo de artrose, mas joguei por mais uns cinco anos depois disso, até ter que parar, porque não dava mais”, disse. Moser contou que sempre teve que cuidar do fortalecimento, mas só aprendeu a minimizar a dor depois dessa crise de artrose. “Tive que fazer uma cirurgia para para minimizar e, na recuperação, mudei totalmente meu estilo de treino para conseguir jogar, porque doía demais, era impressionante”.
De acordo com ela, o esporte de rendimento leva o profissional ao extremo. “Você vai acima do seu limite, está sempre beirando o limite. Às vezes você passa, mas está sempre perto, e isso causa lesão”.
Dor e rendimento
A fisioterapeuta Raquel Castanharo contou que existem dois tipos de dores relacionadas à prática de atividade física: a que sinaliza uma potencial lesão e a dor normal.
“Uma dor normal de treino normalmente é muscular, na carne mesmo, na coxa, na panturrilha, faz com que a gente desça a escada mancando, fica tudo travado, mas ela é boa, só quer dizer que você está ficando mais forte”, disse. Segundo ela, toda vez que se faz uma atividade física, o músculo sofre microlesões e, no processo de cicatrização, ele fica mais forte, mais preparado. “Esse processo de cicatrização gera essa dorzinha que dura dois a três dias, ela é chamada de dor muscular tardia, de início tardio”.
Já a dor de lesão costuma se restringir às juntas, articulações, assim como as dores que Moser tinha no joelho. “Elas são onde dobra, na junta, joelho, tornozelo, quadril”, disse Castanharo. O corpo funciona com capacidade e demanda e a lesão ocorre quando o que se exige do corpo excede a capacidade. “No caso de um atleta profissional, a demanda muito alta, então a capacidade dele também tem que estar no limite. Para uma pessoa amadora, essa demanda é mais baixa e a capacidade é mais baixa também”, explicou.
A fisioterapeuta disse que, ao notar esses tipos de dores, o ideal é diminuir essa demanda. “Se você forçar, arrebenta o joelho, o menisco, o tendão e aí tem que ficar parado um ano, seis meses, porque não segurou um pouquinho”.