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Hábitos alimentares saudáveis com uma dieta rica em antioxidantes e constituintes bioativos anti-inflamatórios contribuem para a qualidade de vida da pessoa com AR.
Um estudo da “Toxicology and Industrial Health”, comprova a redução da atividade inflamatória da artrite reumatoide com o consumo de alguns alimentos simples como: peixe de águas frias, coentro, tomate, cenoura, batata doce, brócolis, chá verde, alecrim e avelã. Conhecê-los é o melhor caminho para ter e manter uma boa dieta anti-inflamatória. Mas antes de embarcar em uma dieta, consulte o seu médico reumatologista e também um médico nutrólogo.
Conheça alguns dos alimentos que ajudam no controle da artrite reumatoide
Alimentos ricos em ômega 3
O Ômega 3 é um tipo de gordura (ácido graxo) essencial para a saúde. Eles não são produzidos pelo nosso organismo, e seu consumo deve ser frequente. Os alimentos ricos em Ômega 3 são os peixes de águas frias, como o atum, salmão, bacalhau e a sardinha. O consumo de peixe é recomendado de duas a três vezes por semana.
Um estudo publicado em junho de 2015 no Annals of Rheumatic Diseases, evidenciou que pessoas com AR que consumiam peixe duas vezes por semana, tiveram diminuição da dor e mantiveram-se em remissão por mais tempo.
É recomendado incluir nozes, pistache, avelãs e amêndoas, ambas contêm gorduras poli-insaturadas e a Organização Mundial de Saúde recomenda o consumo de 60 gramas ao dia (cerca de ¼ de uma xícara).
Azeite de oliva extravirgem
Um tipo de óleo rico em polifenóis, com benefícios antioxidantes e anti-inflamatórios. 70% de seu teor de gordura é monoinsaturada (ácido oleico), auxiliando no controle da pressão arterial, redução do colesterol ruim (LDL) e aumento do colesterol bom (HDL).
Possuí ainda Oleocanthal substância que bloqueia as enzimas que causam inflamação. Basta trocar o oléo de soja (comum nas cozinhas brasileiras) pelo azeite de oliva para usufruir do seu efeito anti-inflamatório. Também é possível substituir a margarina ou a manteiga pelo azeite de oliva. Consumir em excesso o azeite extravirgem como medida anti-inflamatória não é recomendado.
Fibras
Aumentar a ingestão de fibras de frutas, legumes e grãos integrais ajuda a reduzir a inflamação sistêmica. Estudos comprovam que a adição de fibra a dieta resulta em níveis mais baixos da Proteína C Reativa (PCR) e a interleucina-6 – proteínas responsáveis pela atividade inflamatória.
Coentro
Bastante comum na culinária nordestina, possuí a substância Coriandrum sativum, que contém propriedades anti-inflamatórias. O consumo pode ser diário em forma de temperos de alimentos cozidos e saladas.
Salsinha
Comum na culinária brasileira, principalmente dos paulistas, a salsa tem propriedades anti-inflamatórias, pois contém Flavonoid luteolina.
Um estudo publicado no International Journal of Molecular Sciences em junho de 2016 descobriu que a Luteolina e outros Flavonóides ajudam a bloquear as proteínas inflamatórias. Estudos adicionais da salsa ainda são necessários, mas é uma erva sem contraindicações que pode auxiliar na redução da dor e rigidez articular, além de poder enfeitar as saladas e diversos pratos.
Cúrcuma
A cúrcuma é uma especiaria de mostarda-amarelo, contém Curcumina, que pode reduzir a inflamação à nível celular. A Mostarda é uma boa fonte de cúrcuma e provavelmente a maneira mais fácil de consumi-la. Uma pesquisa publicada no “Journal of Medicinal Food”, aponta os benefícios da cúrcuma no tratamento da artrite reumatoide. O consumo pode variar de duas a três vezes por semana.
Gengibre
Um estudo publicado na “Pharma-Nutrition” em julho de 2016, descobriu que seu composto (Gingerols) e seus óleos essenciais aromáticos, possuem propriedades anti-inflamatórias. Importante lembrar que o gengibre pode interferir no funcionamento de medicamentos anticoagulantes como Varparina, Nadroparina e Enoxoparina.
Abacaxi
O caule do abacaxi possui “bromelina”, uma enzima digestiva que tem demonstrado reduzir a inflamação em pessoas com osteoartrite e artrite reumatoide. O caule do abacaxi não é comestível, o consumo pode acontecer através da suplementação em forma de comprimidos ou cápsulas realizadas manipuladas em farmácias de produtos fitoterápicos. Converse com o seu médico antes de comprar suplementos nutracêuticos pois ainda que sejam “naturais” seu consumo pode causar interação química com os medicamentos utilizados no tratamento da artrite reumatoide .
Chá verde
Possui propriedades antioxidantes. Um copo de chá verde ao dia, pode auxiliar no controle da dor e diminuir a atividade inflamatória. No entanto, o chá verde possui vitamina K, que pode neutralizar alguns anticoagulantes, por isso seu consumo deve ser uma decisão compartilhada com o médico reumatologista.
Um estudo publicado na Arthritis and Rheumatology em junho de 2017, aponta que os pesquisadores da Universidade Estadual de Washington, em Spokane, descobriram no chá verde a presença de uma molécula à EGCG, que possuí propriedades anti-inflamatórias, mostrando-se eficaz como terapia natural complementar ao tratamento da artrite reumatoide.
Cerejas e romãs
Ambas as frutas contêm as substâncias antocianina Flavonóide. Um estudo publicado em Advanced Biomedical Research em março de 2014, descobriu que o suco de romã tem muitas propriedades benéficas, incluindo inibir a inflamação, o que a torna útil para pessoas com AR, talvez até mais do que o chá verde .
As cerejas e romãs são ricas em antioxidantes, que podem proteger as células dos efeitos prejudiciais dos radicais livre.
Dietas restritivas/ Dietas da Moda
Embora não existam pesquisas que comprovem a influência de determinadas dietas sobre a atividade inflamatória da artrite reumatoide, algumas pessoas aderem a dietas restritivas retirando do seu cardápio o glúten, o leite ou a carne vermelha e relatam melhora dos sintomas da AR. Para esses casos é relevante conversar com o médico e verificar se a manutenção de determinadas dietas podem lhe trazer falta de nutrientes e comprometer sua saúde.
Alimentos que devem ser consumidos com moderação
Alimentos que devem ser evitados | Substituição | |
---|---|---|
Açúcar refinado | Níveis de açúcar elevados no sangue ajudam o organismo a produzir a citocina (substância pró-inflamatória). | O açúcar refinado pode ser trocado por adoçantes (estevia, sucralos, xylitol) ou açúcar mascavo. |
Farinha refinada | O carboidrato da farinha branca aumenta o índice glicêmico (açucares no sangue). | A farinha refinada pode ser trocada pela integral. |
Sal refinado |
O sal refinado aumenta a restrição de líquidos, favorecendo a hipertensão arterial. Uma forma de combater esse risco é consumir pouco sal, principalmente durante o uso do corticoide. Diminuir o sal também evita o risco da osteoporose. |
O sal refinado pode ser substituído pelo Sal do Himalaia e a redução de seu uso pode acontecer com o uso de temperos naturais. |
Fast-Food | Possuem alto teor de gorduras saturadas que contribuem para a obesidade. Na maior parte das lanchonetes, as frituras são feitas em óleos hidrogenados, aumentando o efeito maléfico do fast-food. |
Evite comidas prontas e rápidas fora de casa. Grelhar, cozinhar e assar são alternativas mais saudáveis. |
Refrigerante | 1 copo de refrigerante pode conter até 7 colheres de açucar. O consumo excessivo de refrigerante leva a obesidade e seu excesso de açúcar pode piorar os sintomas da artrite. | Consuma sucos de fruta natural e água. |
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