A artrite reumatoide aconteceu pra mim, acho que como para maioria das pessoas, feito um tsunami que parecia estar destruindo cada parte de mim, eu não conhecia sobre a doença, nunca tinha ouvido falar, estava passando por questões emocionais profundas na época, e da noite pro dia minhas mãos começaram a inchar e a doerem muito, acordava sem movimentar, mas tudo piorou, em questão de um mês perdi 12 kg, cabelo caindo, e meus movimentos foram totalmente limitados, fiquei de cama, sem andar, com ajuda da minha mãe para escovar os dentes, realizar uma refeição, tomar banho…
O começo do diagnóstico foi triste, doloroso, e conturbado. Passei por diversos médicos, e não chegava em nenhuma conclusão. Sofri bastante, e as dores eram fortes, lembro-me bem dos pensamentos com vontade de desistir de tudo naquela época… além do mais, com diagnóstico de outra doença autoimune que afetava o fígado… tempos difíceis.
Quando iniciei o tratamento com um médico incrível, comecei a recuperar movimentos, e a retomar minha vida pouco a pouco… um dos meus momentos mais difíceis no começo da doença foi a falta de compreensão das pessoas a minha volta, ninguém entendia muito bem, como uma pessoa que sempre foi ativa como eu era, de repente estava naquela situação?
Os comentários me afetaram, ouvi de tudo, que era psicológico, falta de fé, a falta de empatia me bateu, doeu. Mas levantei e me reergui. A minha reviravolta foi quando parei de sentir pena de mim mesma, e passei a olhar com orgulho por tudo que passei, e com admiração, porque somente uma pessoa com muita força, resiliência e fé conseguiria sorrir após tantos traumas. E eu voltei a sorrir, e a sonhar.
É estranho falar isso para alguns, mas , me tornei alguém melhor após o diagnóstico. Alguém que olha mais para os seres humanos, alguém que dá mais valor a vida e aos momentos, hoje acordo animada e grata porque cada dia que acordo ser dor e com ânimo é uma dádiva.
Me tornar mãe após isso tudo também foi difícil, ter doença autoimune, conviver com os sintomas e encarar uma gravidez foi desafiador, mas digo que minha filha me salvou e me da motivos todos os dias para lutar pela minha saúde.
Hoje estou bem, convivo bem com a doença, tenho dias de fadiga, de dores leves, mas sigo meu tratamento com fé e responsabilidade e se posso dar um conselho é, controle sua mente. Me tornar uma pessoa mais positiva após isso tudo, tentar enxergar o lado bom, me faz seguir os dias de forma mais leve, e acredite eu sei que é difícil.
Mas as coisas podem ser mais simples do que parece , sinto que não coloco o peso enorme de “meu Deus tenho uma doença “ vivo normalmente , sem pensar tanto no amanhã, vivo o hoje! E penso “faço o melhor que posso, estou cuidando de mim, a vida é um presente e eu não vou perder tempo me lamentando porque só tenho esse presente, e nesse presente serei feliz” os dias de dores vão passar, os dias de angústias existem, mas, não serão maiores do que a minha força de vontade de viver e estar feliz, disponível, e grata por essa vida.
Meu conselho pra quem tem AR… Busque se cercar de pessoas que entendem sua condição, cuide-se mas não fique obcecado com a doença, a vida ainda pode ser linda, e é.
Meu nome é Jordana Christianne, tenho 30 anos, convivo com o diagnóstico de Artrite Reumatoide à 6 anos, sou Empreendedora e moro em Florianópolis no estado do SC.
“Dor Compartilhada é Dor Diminuída”, conte a sua história e entenda que ao escrever praticamos uma autoterapia e sua história pode ajudar alguém a viver melhor com a doença!⠀⠀
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