Sempre fui uma mulher ativa, mãe de 3 filhos lindos, cuidava deles, da casa, do marido e do trabalho. Desde 2012 passei a sofrer com dores constantes e frequentava assiduamente o PS de ortopedia – virei a “Maria das Dores”!
Mudei de emprego e as coisas pioraram, emagreci demais, manchas no rosto e meus dedos dos pés e mãos ficavam roxos sempre. Durante uma consulta com a dermatologista ela desconfiou dos sintomas e pediu exames – aí que descobri minha doença reumática em 2014: doença mista do tecido conjuntivo com predominância do Lúpus.
Fiquei assustada, desabei, não aceitava as limitações e acho que me entreguei. Veio o tratamento, aliás diversos tratamentos e vários médicos. Com altas doses de corticoides e outros remédios fiquei inchada demais, perdi o ânimo pra tudo, veio a depressão e só queria permanecer deitada na minha cama.
Claro que isto afetou a rotina da casa e principalmente do casal – a libido sumiu por completo. Todos pareciam sempre compreensivos e se mostravam atenciosos, sobretudo meu esposo, ele me ajudava bastante. Porém nem tudo são flores e ele acabou buscando uma fuga fora do casamento.
Uma moça com a metade da minha idade, cabelo lindo e corpo escultural. Tentei de verdade me levantar nesta época, lutei por um ano convivendo com esta situação tentando voltar a ser como antes, perdoando cada pulada de cerca, cada vez me anulando mais, sendo renegada na cama e solitária.
Tentei desistir mais do que uma vez da minha vida, até que conheci uma pessoa que me fez enxergar meu valor, que eu ainda era mulher, desejada e forte. Este único encontro me deu forças e resolvi arrumar minhas coisas e buscar um lugar para morar. Com as crianças grandes, os maiores foram morar fora e o caçula ficou com o pai e eu saí de casa.
Era hora de me cuidar, afinal por 20 anos cuidei de tudo e todos menos de mim. Passei poucas e boas, ainda passo, sinto falta dos filhos, lido com as limitações físicas e financeiras, mas aprendi a me virar. Tenho uma equipe e um chefe no trabalho que me entendem, respeitam meus limites e me ajudam muito.
É uma luta diária, mas cada dia vencido é uma vitória. Meu ex-marido sente falta da nossa vida, recentemente me pediu perdão e eu também pedi, pois uma vida toda não se apaga assim. Todos erramos e estamos pagando por isto.
Tenho fé que toda a família ainda será muito feliz, mesmo que seja cada um no seu canto. E a doença não vai mais atrapalhar desde que eu me cuide sempre, me respeite, me coloque em primeiro lugar e continue acreditando em mim!
Meu nome é Andrea.
“Dor Compartilhada é Dor Diminuída”, conte a sua história e entenda que ao escrever praticamos uma autoterapia e sua história pode ajudar alguém a viver melhor com a doença!
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