A SAF é a trombofilia adquirida mais comum, caracterizada laboratorialmente pela presença de anticorpos antifosfolipídeos (anticoagulante lúpico, anticardiolipina e/ou anti-beta2-glicoproteína I) em níveis elevados e persistentemente positivos e, clinicamente, pela presença de complicações obstétricas e tromboses.
Quando o paciente apresenta manifestações clínicas da SAF fora do período obstétrico, ou seja, tromboses venosas ou arteriais, o tratamento é realizado com anticoagulantes, que visam prevenir novos eventos trombóticos. O anticoagulante oral indicado é a antiga varfarina, um antagonista da vitamina K. Seu uso pode ser um pouco chato para o paciente, pois é necessário constante ajuste de dose e realização de exames de sangue para aferir o INR (taxa que indica a ação anticoagulante do remédio). Além disso, esse medicamento sofre interação com muitos alimentos e outras drogas, podendo ter sua função prejudicada de acordo com o que é ingerido.
Nos últimos anos, houve o surgimento de novos anticoagulantes orais, que se tornaram ainda mais famosos depois da pandemia por COVID. Aqui estou falando da rivaroxabana (comercialmente conhecido como Xarelto), dabigatrana, apixabana e outros. Esses medicamentos não são antagonistas da vitamina K, eles possuem outro mecanismo de ação, agindo em fatores da coagulação. Seu uso é mais simples, por não necessitarem de exames de controle e ajuste de dose ao longo do tempo.
Porém, esses medicamentos ainda não estão autorizados para serem utilizados na SAF. Alguns estudos em pacientes com SAF demonstraram maior risco de retrombose e ainda risco de tromboses arteriais graves em alguns pacientes com maiores de fatores de risco.
Dessa forma, sempre que há a suspeita ou o diagnóstico de SAF, os anticogulantes permitidos, até o momento, são a heparina (subcutânea) ou a varfarina oral.
Antes de iniciar o tratamento da SAF, consulte seu médico reumatologista, pois é ele quem avaliará e indicará as melhores alternativas de tratamento.
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