O dado começa animador, 91% das pessoas acreditam que as vacinas salvam vidas. Mas logo fica surpreendente, já que somente 60% das pessoas com doenças crônicas sabem que fazem parte de grupo de risco podem se vacinar. As informações são de uma pesquisa realizada pela Inteligência em Pesquisa e Consultoria, a pedido da Sociedade Brasileira de Imunizações e da farmacêutica Pfizer.
O rol de pessoas que têm direito à vacina e ainda não se imunizaram é extenso: pessoas que vivem com HIV, pacientes em tratamento oncológico, cardiopatas, diabéticos, pneumopatas, entre outros grupos que apresentam uma fragilidade imunológica.
De acordo com a pesquisa, 68% desse público nunca recebeu orientação para se imunizar. Além disso, um em cada cinco pacientes desse grupo tem receio de tomar vacinas.
Os dados foram levantados, neste ano, por meio de entrevista com 2 mil pessoas na cidade de São Paulo e nas regiões metropolitanas de Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Salvador e Curitiba. Sendo 47% mulheres e 53% homens.
A pesquisa apontou que diversas condições de saúde que predispõem ao maior risco de contrair infecções evitáveis são desconhecidas. Inclusive as mais comuns, como é o caso das cardiopatias e do diabetes, em ambos os casos, 34% das pessoas não reconhecem o risco maior de pegar doenças infecciosas.
Outros grupos que chamam a atenção por não serem reconhecidos como de risco estão pessoas com câncer (31%), as que vivem com HIV (40%) e as que passaram por transplante (50%).
Falta conhecimento sobre direitos
Desde 1993, o Ministério da Saúde oferece atendimento especial nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE). Lá, os imunossuprimidos podem se vacinar, mas 76% dos entrevistados nunca ouviram falar desses centros.
Com base no estudo, a SBIm lançou segunda fase da campanha “CRIE Mais Proteção”, com a participação do ex-jogador de basquete Oscar, com o objetivo de conscientizar sobre a importância e segurança da vacinação da população consideradas especiais e divulgar os centros especiais.
“O Brasil tem cada vez mais pessoas com comorbidades e que precisam ser cuidadas. O Ministério da Saúde tem de deixar mais claro a ação dos CRIE e a importância dos cuidados especiais que esse grupo tem direito”, afirmou a médica Isabella Ballalai, vice-presidente da SBIm.
Cuidado especial na imunização
Os pacientes imunodeprimidos não podem receber todos os imunizantes disponíveis, principalmente os que têm o vírus vivo no fármaco, como é o caso da tríplice viral, que previne contra sarampo, cachumba e rubéola. Nos casos das doenças com vacinas com vírus ativos, a proteção se dá por meio imunização coletiva.
Mas, vale ressaltar que a cobertura vacinal caiu muito no Brasil desde o começo pandemia. A covid democratizou o assunto vacinação, mas as pessoas não se sentiram estimuladas para acertar a carteira de imunização.
“Esse ano a preocupação em se livrar da covid, as pessoas estão deixando as outras doenças para trás e o risco é muito grande. Por exemplo, em Influenza estamos com menos de 40% de pessoas vacinadas. A covid-19 não está sozinha, sarampo está por aí, a febre amarela segue tendo casos, precisamos nos vacinar”, ressalta Ballalai.
*Com informações do Portal R7
Fonte: Folha Vitória.
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