O motorista Wagner Militão saiu da unidade de Piracicaba inconformado. Ele tem glaucoma. O colírio para controlar as dores no olho, devido a um descolamento de retina está em falta. “É frustante porque pagamos os impostos em dia e não vemos retorno quando precisamos”, criticou.
“Eu preciso muito do remédio porque sem ele, meu olho incha. Cada unidade custo em torno de R$ 200”, lamentou o paciente.
A Marta Luzia Trevelini Stratasson precisa do medicamento Leflunomida para controlar as dores do corpo por conta da artrite. “A dor é gritante e eu não tenho para onde recorrer. Cada caixa custa mais de R$ 400 e eu não tenho essa verba”, disse.
A sogra da estudante Gabriela Jacinto precisa de remédios para atenuar os sintomas da quimioterapia. Há cinco meses, a jovem vai à unidade para tentar retirar o medicamento, mas não consegue. “È muito complicado porque a dor dela é muito grande”, disse.
Um dos motivos da falta de medicamentos foi a redução de recursos por parte do governo estadual, segundo informou a diretora do Departamento Regional de Saúde de Piracicaba, Maria Clélia Bauer.
Durante encontro com representantes da Secretaria de Saúde de Piracicaba, os dirigentes foram orientados a administrar os medicamentos que já estavam na unidade. “Fomos instruídos a fazer o manejo para trabalharmos com o estoque existente para que pudéssemos atender os pacientes”, disse.
O diretor do Núcleo de Assistência Farmacéutica (NAF), Daniel Picca, afirmou que o órgão fará uma planilha com o medicamentos fornecidos semanalmente para a Farmácia de Alto Custo até a regularização do envio de novos repasses pelo governo do estado. “Esse documento será essencial para que possamos orientar nossos pacientes quanto aos prazos e evitar que as reclamações se intensifiquem.
Síndrome de West
A autônoma Cleide Regina da Costa, de 43 anos, desistiu de esperar pelo fornecimento do Clobazan, remédio usado no tratamento do filho adolescente, que sofre de síndrome de West, um tipo grave de epilepsia, cujas doenças só são “acalmadas” com medicamento.
Segundo ela, o filho de 17 anos depende desse e de outros medicamentos que já estavam em falta desde o ano passado. Após espera de mais de dois meses, ela conseguiu retirar os remédios Topiramato de 50 mg e de 100 mg, Lamotrigina de 100 mg e Frisium de 10 mg, também usados no tratamento da síndrome.
“Se tirar esses medicamentos ele morre, porque as crises convulsivas dele são muito graves”, afirmou. Ela decidiu comprar o Clobazan. O paciente precisa de cinco caixas por mês, cada uma custa cerca de R$ 12.
Cleide precisa adquirir quatro delas por mês. Ao todo, a mulher gasta com os quatro medicamentos R$ 534,60. “O Topiramato de 100 mg eu precisei comprar, também. Ele usa duas caixas por mês”, disse.
Entre os 33 medicamentos de alto custo em falta, os que têm maior demanda em Piracicaba são:
Risperidona e ziprazidona (utilizados no tratamento de transtornos esquizofrênicos)
Quetiapina (esquizofrenia)
Topiramato (epilepsia)
Risedronato (osteoporose)
Amantadina e Entacapona (Mal de Parkinson)
Clobazan (epilepsia)
Isotretinoína (acne)
Gabapentina (dor crônica)
Budesonida (doença pulmonar)
Deferasirox e Deferriprona (anemia falciforme e talassemia)
Atorvastatina (colesterol)
Bezafibrato (colesterol)
Fenofibrato (colesterol)
Ciprofibrato (colesterol)
Genfibrozila (colesterol)
Formoterol + Budesonida (doença pulmonar)
Tiotrópio (doença pulmonar)
Galantamina (Mal de Alzheimer)
Donepezil (Mal de Alzheimer)
Timolol (glaucoma)
Brimomidina (glaucoma)
Leuprorrelina (puberdade precoce)
Calcitriol (osteoporose)
Hidroxiureia (leucemia e outros cânceres / anemia falciforme)
Metrotexato (artrite)
Hidroxicloroquina (artrite/lupus)
Sulfasalazina (retocolite)
Mesalazina (retocolite)
Calcitonina (osteoporose)
Certulizumabe (artrite)
Ziprazicona (esquizofrenia)
Risperidona (esquizofrenia)
Fonte: G1
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Na farmácia da RioFarmes no RJ há 2 meses não consigo obter o medicamento Reuquinol, que é o sulfato de hidroxicloroquina.
Vanessa, te convidamos à preencher nosso formulário de falta de medicamentos, e também sugerimos que faça a Denúncia da falta de Hidroxicloroquina para a Defensoria Pública do Rio de Janeiro, essa é uma forma de conseguir ajuda para que a Secretaria de Saúde regularize o fornecimento.