O Conselho Nacional de Saúde (CNS) trouxe para a sua 347º Reunião Ordinária os resultados preliminares da pesquisa “Saúde e Democracia: Estudo Integrados para participação social nas conferências nacionais de saúde”, realizada durante a 17ª Conferência Nacional de Saúde. Após uma primeira experiência bem-sucedida na 16ª CNS, um grupo composto por 160 estudantes da área da saúde de todas as regiões do Brasil atendeu à uma chamada pública do CNS para compor a pesquisa em 2023.
Alcindo Ferla, coordenador da pesquisa, explica que deste grupo 130 pesquisadores voluntários participaram de um acolhimento e formação em parceria com a Fiocruz, o que permitiu a atuação intensa do grupo durante todas as fases da pesquisa. “Ouvimos de estudantes na primeira edição que a experiência tinha sido a melhor aula de saúde coletiva que já tiveram. Não tem como não emocionar”.
Alcindo avalia a 17ª CNS como a “conferência da inclusão”, tendo em vista os resultados da pesquisa analisados. Ao todo foram 3500 questionários aplicados ao longo da conferência, representando 60% das pessoas delegadas participantes do evento. Do total dos entrevistados com questionários validados, 54% se declararam pretos ou pardos, 60,4% eram mulheres, 4,6% indígenas e 6,3% pessoas se autodeclararam com deficiência, o que representa um aumento significativo dos públicos citados nessa edição.
Também vale destacar os segmentos representados, sendo a maior parte deles de pessoas delegadas representantes de usuários do sistema (55%). Alcindo ainda destaca as características de renovação de público apontados pelos dados da pesquisa, como faixas etárias diversas e estreia na participação em conferências (65% dos entrevistados). “Comemoramos muito ao ver esses dados. Essa conferência foi um espaço de renovação, e agora temos dados, indicadores, números que confirmam isso.”
Além dos questionários aplicados, foram realizadas entrevistas em profundidade com representantes de delegações e de Conferências Livres, para compreender como a inovação contribuiu para o processo da conferência. Ao todo 147 entrevistas foram feitas com delegadas e delegados de todos os estados, sendo: 70 entrevistas com delegados do segmento usuário, 40 entrevistas com delegados do segmento trabalhador e 37 entrevistas com delegados do segmento gestor. Já sobre as Conferências Livres, foram 85 entrevistas com organizadores das 98 realizadas (86,73% do total).
A conselheira Priscilla Viegas, coordenadora da comissão de relatoria, acredita que a conferência não se encerra no relatório final, mas tem desdobramentos como esse que traz a pesquisa. “A Conferência está viva, e tem desdobramentos, assim como o SUS nos territórios”
Como próximos passos da pesquisa, uma série de publicações acadêmicas que envolvem os dados estão previstos para os próximos meses, assim como oficinas de análise de dados junto das instituições colaboradoras. Também está previsto um livro que irá compilar todos os estudos e dados analisados a partir da pesquisa.
Confira a apresentação sobre a pesquisa
Fonte: Ascom CNS.
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