Desde que eu me lembro sentia dores pelo corpo e nas articulações, mas como morava no interior não tinha condições para me locomover e procurar médicos, sem recursos para nada, sempre minha vó me levava em benzedeiras, tomava remédios caseiros e aliviava um pouco, mas sempre a dor voltava e assim foi a infância toda.
Com 15 anos meu joelho começou a inchar muito e ficar muito quente, tomava uma aspirina e assim ia vivendo. Morava numa fazenda, tinha que ajudar nos afazeres e assim fui levando, aos dezoito anos fui morar na cidade e trabalhar como domestica, fiquei por dois anos, só Deus sabe o que passei, me casei com vinte anos e fui morar em Guarulhos.
Tive minha filha, que tem 24 anos hoje, mas na segunda gravidez as dores eram insuportáveis, consegui ir até o final, fiz laqueadura pois não poderia mais ter filhos. Assim que sai da maternidade comecei a andar com dificuldade, meu corpo endureceu, fiquei de cama por três meses, mexia apenas o pescoço, fui de medico em medico e nada, meu marido me internou porque as dores eram demais, já se passavam 15 dias e eu naquele leito triste sem ter expectativa de vida, sendo pesquisada pelos médicos, meu marido me tirou de lá e me transferiu para um particular, foi dado o diagnostico de problema na coluna, mas tomava medicação e não adiantava.
Ao meu lado tinha uma paciente que tinha AR e estava sendo cuidada por uma medica particular dela, todos os dias ela ia ver a paciente e depois de uma semana ela perguntou para a enfermeira o que eu tinha e a enfermeira disse que era coluna, então a Drª disse ser impossível, ela pegou meu prontuario e disse para parar o tratamento que eu estava recebendo, sem ser medica do hospital e me pediu exames de urgência, quando ela viu o resultado disse para trocar toda a medicação, se responsabilizou pelo meu tratamento de graça.
Depois de dois dia sai andando daquele hospital com o diagnóstico de AR, fiz varias cirurgias, 3 próteses na mão esquerda e 3 próteses na mão direita, uma no punho direito, uma na boca e duas no pé esquerdo. Hoje levo minha vida normal, desfilo em escola de samba, caminho, danço, cuido de três netas e assim vai, tomo predinisona, a cada seis meses mabthera e toda semana mtx injetável. Hoje agradeço meu anjo da guarda, a Drª Elaine de Azevedo que cuida de mim há vinte anos, minha amiga, minha vida devo a ela.
Me chamo Clarisse Aparecida da Silva, tenho 45 anos, moro em Guarulhos – SP, convivo com a artrite reumatoide há 23 anos, trabalho como recepcionista em pronto socorro.
“Dor Compartilhada é Dor Diminuída“, conte a sua história e entenda que ao escrever praticamos uma autoterapia e sua história pode ajudar alguém a viver melhor com a doença!
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