Comecei a trabalhar em janeiro de 2014 como auxiliar de cozinha. Meu emprego em si já é pesado e foi ficando pior no decorrer do tempo, o acumulo de funções e o excesso de trabalho faziam eu chegar em casa exausta.
Acordei um dia pela manhã e não conseguia virar o corpo na cama. Minha coluna doía e queimava. Me levantei com dificuldade e quando estava chegando próximo ao meu banheiro pus o pé na porta e tive uma dor lacerante que me invadiu. Pareciam mil agulhas eu não conseguia respirar.
Fui a emergência onde o medico deu o diagnostico de “mau jeito ” ele falou que eu havia pegado algum peso, me receitou um anti inflamatório e pediu para eu ficar de repouso 3 dias, além da recomendação de procurar um ortopedista. Eu já estava consultando com um e ele me mandou a outro. Quando procurei um ortopedista ele me passou outra medicação, me mandou fazer ressonância e o diagnostico foi de artrose na cervical , lombar e joelhos.
Indicou tratamento com fisioterapia e rpg e mais remédios. Só que eu melhorava e logo em seguida piorava. Voltava a trabalhar e ficava ruim de novo. Me recordo que um domingo fui ao mercado e o simples ato de carregar 2 sacolas nem tão pesadas assim desencadeou uma crise na coluna, e mais dias em casa. Eu estava ficando travada, com o pescoço duro e inchado, era visível esse inchaço no pescoço e rigidez.
Queixava -me com o medico que não podia apoiar meus pés no chão. A dor na lateral dos pés era horrível, ele dizia que é normal devido a artrose, mas não acho que cause tanta dor assim, então ele sugeriu que eu deveria procurar um reumatologista e assim eu fiz . Depois de algumas conversas ele não pediu exames de sangue, apenas receitou mais medicações, uma atrás da outra, e não via melhoras, fiquei 7 dias em casa, voltava 2 dias e depois ficava ruim.
Ate que ele me pediu os exames e veio o diagnostico de ARTRITE REUMATOIDE. A forma que ele falou foi determinante para eu sair do consultório e ligar para minha mãe chorando na rua, logo eu que não gosto de demonstrar fraqueza, estava arrasada, ele disse que a doença iria me consumir, que era degenerativa e que não tinha cura.
Cheguei em casa e fui procurar na internet tudo sobre a doença e quando vi as imagens, era como se o chão tivesse se aberto diante de mim.Li que podia ficar deformada e que meu cabelo poderia cair, passei o dia chorando, dormi chorando. Mas pela manhã determinei que não me entregaria, não deixaria de lado meus sonhos e planos.
Tem dias em que quando a dor é forte demais eu choro, o medico me indicou o metrotexato em jejum, isso acabou causando uma pan gastrite, minha garganta esta horrível. Infelizmente dependemos do inss para termos dignidade, mas já se passaram 2 meses e ainda vou a 1ª perícia.
Quando a adversidade chega alguns se vão e eu me vi sozinha. Apenas meus filhos ficaram. Ninguém compreende a artrite reumatoide, acham que não é para tanto.
Minha mãe que mora abaixo da minha casa não entende que descer as escadas é em velocidade menor do que era. Um fato interessante ela falou: ” vou comprar bananas pra fazer vitaminas para você, logo você fica boa”, rsrs. Como eu queria que banana tirasse toda dor e inchaço.
Passou 2 anos desde as primeiras crises e agora com o diagnostico mais correto vejo que:
são muitos remédios e cada médico passa o seu tratamento, que remédio nenhum deve ser tomado em jejum pois a medicação que já é forte, e em jejum danifica seu estômago .
Fico me perguntando, se é uma doença sem cura o que fazemos com os empregos e funções que antes tínhamos que agora já não somos capazes de executar? Morremos de fome?
Meu conforto vem de Deus. Quando esta muito difícil, é com ele que falo e é com ele que choro, porque as vezes sinto que por mais que eu fale a dor é minha e ninguém consegue sentir como eu sinto. É silenciosa a dor porque por mais que eu queira gritar, parece que não há ninguém para ouvir.
Me chamo Bianca Reis, tenho 38 anos, moro em Duque de Caxias – RJ, convivo com a artrite reumatoide e poli-artrose há 2 anos, atualmente não trabalho.
“Dor Compartilhada é Dor Diminuída“, conte a sua história e entenda que ao escrever praticamos uma autoterapia e sua história pode ajudar alguém a viver melhor com a doença!
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