Eu tinha 29 anos e tinha acabado de ter minha filha (eu já tinha um menino de seis anos na época). Até os três meses de vida dela eu estava normal, não sentia nada mesmo! Porém um dia eu dormi bem e acordei com a maior dor da minha vida, assim do nada. A dor que eu sentia era na mão esquerda. Levantei e tomei remédios para dor mas não passava. Minha dor era tanta que eu não conseguia segurar minha filha e dar de mamar para ela. Tive que acordar meu marido e pedir para ele colocar minha filha no meu seio.
Passei o dia com dor. Na noite seguinte a dor estava nos meus joelhos e logo depois nos meus pés e assim por diante. A cada dia doía um lugar diferente ou eu sentia dores em mais de um lugar ao mesmo tempo. Houve dias que precisei de ajuda para tomar banho e trocar de roupa.
Cuidava da minha filha chorando de dor! Um dia peguei o guia médico do meu plano de saúde e comecei a ligar para os reumatologistas da lista. Porém todos eles tinham consulta para dois meses em diante. Enlouqueci! Foi quando uma recepcionista muito amável perguntou porque eu tinha pressa. Comecei a chorar no telefone e desabei, disse que eu tinha uma menininha de três meses e que eu não estava conseguindo mais cuidar dela de tanta dor, e que dormir bem passou a ser um luxo. Enfim, a recepcionista falou com a médica e conseguiu uma consulta de emergência. E lá fui eu, com filha e mãe à tiracolo.
Contei tudo o que estava acontecendo, ela me examinou, perguntou, pediu exames e sai de lá com a receita do prednisona de 20 mg. No primeiro dia tomei 3 comprimidos, no segundo dois e no terceiro um. Senti uma melhora. Mas passava os dias e a dor retornava. Com os exames em mãos, saiu o diagnóstico da artrite. Mas minha médica me disse que não podia receitar os medicamentos específicos porque eu amamentava. Ela teria a possibilidade de apenas amenizar um pouco minha dor.
E assim foi passando o tempo. Tinha dias que eu pedia para morrer, mas eu não tinha coragem de desmamar minha filha. Eu sempre adorei amamentar. Até doava leite para o banco de leite do hospital das clinicas da minha cidade. Mas quando minha filha completou dois anos não tive escolha e desmamei minha pequena. Sofri muito, eu e ela. Mas a primeira coisa que fiz foi ir até minha reumatologista. Ela receitou o metotrexato, seis comprimidos de uma vez, uma vez por semana. Esse remédio detonou o meu rosto, minha pele ficou super sensível e vermelha, tinha dor de cabeça e um enjoo terrível.
Realizei uma nova consulta, a médica diminuiu os comprimidos semanais e acrescentou a leflunomida, que pego na saúde do estado por ser de alto custo. Parei com o prednisona devido a ter engordado quinze quilos com ele. Estou com dificuldades para perder o peso. Não me livrei das dores,tenho mais dias com dor do que sem e agora vou começar a utilizar a injeção de etanercepte. Já fiz a solicitação mas só sai a resposta no dia quinze de abril. Ate lá vou ficar sem medicamento.
Já estou sofrendo por antecipação porque sei como é ficar sem nenhum remédio específico. Ainda não aprendi a conviver com a AR. Ela me limita e impede que eu faça muitas coisas. Mas um dia vou conseguir ao menos ficar um dia sem dor, e assim vão passando os meus dias, um dia após o outro, Aprendendo a viver.
Me chamo Caroline Veiga, tenho 32 anos de idade, moro em Curitiba – PR, convivo com a artrite reumatoide há 2 anos, trabalho atualmente como assistente social.
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ola boa noite!minha mae tmb e obrigada a viver com essa praga de doenca que e a artrite reumatoide.e pior ela desenvolveu reacao alergica do medicamento metotrxate infeccao urinaria ..e agora o reumatologista receitou leflunomida mas ela esta com medo de tomar pq na bula diz que e perigoso voltar infeccoes antigas como tuberculose.gostaria de saber se nesse grupo tem alguem que ja passou ou passa por situacao parecida pf entre em contato .
Olá, Gislaine
O risco de fazer uma tuberculose usando Leflunomida é muito baixo, eu usei Leflunomida em 2009 e nunca tive tuberculose e nenhuma outra doença. Fique tranquila é um medicamento seguro.