A dor na mama, conhecida como mastalgia ou mastodinia, é uma queixa comum com uma taxa de prevalência de 66% a 80% entre as mulheres. A mastalgia é normalmente associada com lesões benignas da mama (doenças fibrocísticas), síndromes pré-menstruais e alterações psicológicas e pode ser classificada em cíclica ou não cíclica. A dor na mama cíclica é o tipo mais frequente, geralmente associada aos períodos menstruais e que responde bem às terapias hormonais. O tipo não cíclico acomete um percentual menor de mulheres, sem exacerbações com os períodos menstruais e não apresenta uma definição clara quanto ao fator causal. É aceito que fatores nutricionais, hormonais e psicológicos têm um papel no surgimento da dor. A maioria dos estudos nessa área focaliza as diferentes formas de tratamento da dor e poucos pesquisadores têm estudado a questão psicológica na gênese e associação a esse tipo de problema. A associação da dor na mama com a síndrome da fibromialgia é pouco conhecida.
Na edição de novembro de 2015 (Vol.70, n.11, p.:733-737) da revista científica Clinics, o pesquisador Dr. Meral Sen e colaboradores do Departamento de Cirurgia Geral da Escola de Medicina de Ankara, na Turquia, realizaram um estudo observacional com 114 mulheres, com idade acima de 18 anos, no período entre julho e dezembro de 2014. Desse total, 61 mulheres deram entrada no hospital com queixa de dor na mama com pelo menos três meses de duração, enquanto 53 mulheres apresentavam o quadro clínico compatível com fibromialgia. Todas as pacientes foram avaliadas pelo mesmo médico e foram submetidas a exames de imagem como mamografia e ultrassonografia da mama, quando necessário. Para a avaliação do tipo e características da dor, bem como a relação com o ciclo menstrual, foram utilizados questionários específicos para graduar o quadro álgico e também foram utilizados os critérios do Colégio Americano de Reumatologia para diagnosticar a fibromialgia.
Os resultados da avaliação demonstraram que aproximadamente metade (47,2%) das pacientes com fibromialgia apresentavam dor na mama no momento da admissão hospitalar, enquanto que 37,7% das pacientes com dor na mama enquadravam-se nos critérios para o diagnóstico da fibromialgia. Foi observado que as pacientes com fibromialgia apresentavam maior pontuação nas escalas de dor na mama do que aquelas sem fibromialgia.
Os autores concluíram que a dor na mama pode ser uma manifestação clínica da fibromialgia, e isso deve ser levado em consideração na pesquisa diagnóstica das mulheres com dor na mama.
Fonte: Tech4Health
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