O número de intervenções realizadas por meio de cirurgias de redução de estômago cresceu consideravelmente nos últimos 10 anos no Brasil. De acordo com informações da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), a tendência é que esse número aumente cada vez mais. Em conjunto ao crescimento das operações, também deve ser expandido o alcance de informações sobre a intervenção.
Dr. Luiz Vicente Berti, cirurgião bariátrico e um dos principais especialistas do país, alerta que por mais que seja um procedimento notoriamente seguro é necessário estudar suas condições antes de realizá-lo. O médico faz alguns alertas a quem deseja fazer a gastroplastia. Veja:
1. A cirurgia bariátrica não é feita exclusivamente para fins estéticos. Apesar de alterar a aparência física do paciente, esse não é o motivo pelo qual a intervenção é procurada. Através do emagrecimento, a redução do estômago resulta em melhorias na saúde e qualidade de vida. Por isso consulte sempre um profissional especializado.
2. Não é qualquer pessoa que pode se submeter à cirurgia. Existem pré-requisitos que o paciente deve seguir para poder ser operado. Alguns exemplos:
- – Ser maior de 18 anos (ou 16 anos em casos específicos);
- – Realizar avaliações clínicas e exames pré-operatórios;
- – Apresentar um histórico de dificuldade em perda de peso;
- – Apresentar o índice de massa corporal (IMC) acima de 40 kg/m² ou 35 kg/m² se houver problemas de saúde relacionados ao excesso de peso como diabetes, colesterol, esteatose hepática etc.
3. Existem vários métodos diferentes para realizar a intervenção. A conduta feita pela banda gástrica é considerada a mais simples e menos invasiva, porém seu resultado não é tão considerável quanto aqueles realizados por outros meios. A gastrectomia vertical remove uma parte do estômago do paciente, diminuindo a quantidade de comida armazenada no estômago. Assim, o paciente consegue eliminar até 30% do seu peso inicial. A cirurgia do bypass gástrico, por sua vez, além de reduzir o estômago, cria um desvio no intestino do paciente, possibilitando a perda de até 40 % do peso do operado.
4. Acompanhamento psicológico é indicado no período pós-operatório. Um profissional da psicologia pode ajudar o paciente a fim de deixar a recuperação mais tranquila. Além de se adaptar com sua nova fisionomia, o operado precisa de ajuda para lidar com as dificuldades pós-operatórias e com as restrições alimentares.
5. Os pacientes deverão ser orientados por nutricionistas pelo resto da vida. Aqueles que se submeteram à redução de estômago devem procurar e, principalmente, seguir orientações nutricionais para a elaboração de uma dieta que mantenha os benefícios da operação. Reposições vitamínicas são regularmente indicadas no processo pós-operatório, em especial o uso de ferro de alta absorção.
6. Cirurgias estéticas são ocasionalmente necessárias. Em pacientes em que a perda de peso foi muito grande, é provável que a operação resulte em excesso de pele. Em todo caso, cirurgias de retirada de pele poderão ser feitas após o peso estar totalmente estabilizado, ou seja, aproximadamente dois anos depois da redução.
7. É possível que o paciente engorde novamente após a cirurgia. A cirurgia é apenas uma parte do tratamento de mudança de vida através do emagrecimento. O paciente deve seguir rigorosamente as indicações médicas por toda a vida, a fim de manter o resultado a longo prazo.
8. É necessário que mulheres esperem 24 meses após a cirurgia para engravidar. Depois de aproximadamente dois anos da cirurgia, o organismo está equilibrado para suportar as necessidades de um bebê. De qualquer forma, é importante que a grávida receba atendimento médico durante toda a gestação para verificar uma possível carência de vitaminas na criança.
9. O paciente não deve ingerir alimentos sólidos durante um mês após o procedimento. Nas primeiras semanas, o paciente deve alimentar-se de alimentos líquidos e pastosos, podendo voltar à dieta sólida após o trigésimo dia de pós-operatório. A dieta deve ser feita em conjunto com a ingestão de vitaminas, para que, por exemplo, não ocorram complicações devido à falta de nutrientes, como anemia e queda de cabelo.
10. A colelitíase pós-cirurgia bariátrica, doença popularmente conhecida como pedras na vesícula, acomete 36% dos pacientes recém-operados. De acordo com o cirurgião bariátrico Dr. Luiz Vicente Berti, a doença se dá por cálculos biliares ocasionados pela rápida perda de peso ou por dietas com baixa caloria. Para evitar a colelitíase, os pacientes devem se informar com seus médicos sobre como reduzir o risco de formação de cálculo biliar após a redução de estômago.
Para finalizar, Dr. Berti alerta que a cirurgia bariátrica, assim como qualquer outra cirurgia, traz riscos especialmente àqueles que não seguem as recomendações médicas à risca. Por mais que seja uma intervenção invasiva, é um meio seguro e garantido de atingir o emagrecimento, ao contrário de diversos métodos de perda de peso que são popularizados hoje em dia.
Fonte: Assessoria de Imprensa – Fundamento RP
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