Quando uma pessoa sofre uma queda para frente, instintivamente ela se protege estendendo os braços e levando as mãos de encontro ao solo. Este apoio com a mão espalmada, forçando o punho em extensão é a forma mais comum de produzir uma fratura do rádio, ou do escafóide, ou a lesão de um importante ligamento que mantém a estabilidade do carpo (articulação do punho), denominado ligamento escafolunar. Também pode ocorrer a associação destas lesões anteriormente citada.
Esportes de contato como futebol, handebol, basquete, rugby entre outros, são muito propícios a quedas, mas que ninguém está livre de sofrer um tropeço e se apoiar com as mãos no solo.
O osso escafóide é o mais frequentemente acometido por fraturas, dentre os ossos do punho e talvez o mais difícil de tratar, devido à particularidade de sua anatomia.
A presença de dor e inchaço na região dorsal do punho próximo à base do polegar é fortemente indicativa destas lesões.
O diagnóstico deve ser feito o mais precocemente possível, para minimizar o potencial de complicações que podem ocorrer com a demora no tratamento.
As radiografias do punho e escafóide são os primeiros exames de imagem a serem realizados e podem demonstrar as fraturas do rádio, do escafóide e as lesões ligamentares completas (graves). No entanto as fraturas sem desvio (quando não há separação entre os fragmentos do osso) e as lesões ligamentares parciais ou incompletas podem não ser evidenciadas nas radiografias iniciais e desta forma não serem devidamente diagnosticadas.
A consolidação, ou seja, a cicatrização da fratura do escafóide depende de uma série de fatores dentre os quais estão: o tempo de lesão, a localização da fratura e a presença de lesões ligamentares associadas. Para cada caso existe uma forma de tratamento individualizado que pode variar desde apenas a imobilização do punho até o tratamento cirúrgico com a utilização de parafusos e enxerto ósseo.
Uma fratura do escafóide não tratada ou tratada de forma inadequada geralmente evolui para a não consolidação ou pseudartrose (o osso não “cola”) e esta condição faz com que haja um desarranjo na mecânica do movimento do carpo, que por sua vez desencadeia um processo de degeneração ou “desgaste” desta articulação (a artrose). O mesmo ocorre nas lesões ligamentares
Na fase em que temos a pseudartrose ainda sem a presença de artrose é possível a realização do tratamento cirúrgico para a restauração do escafóide utilizando a colocação de enxerto ósseo.
Quando a artrose já se faz presente, o tratamento se torna muito mais complexo exigindo na maioria das vezes a realização de cirurgias que inevitavelmente levam à perda de parte do movimento do punho.
A mensagem principal é a de que nunca devemos subestimar a fratura do escafóide ou as lesões ligamentares do carpo. Na maioria das vezes as complicações são decorrentes da falta de diagnóstico e retardo no início do tratamento adequado e podem ser evitadas pela avaliação precoce de um especialista em Cirurgia da Mão.
Fonte: Torcedores.com